O mercado financeiro enfrentava um dos períodos mais turbulentos de sua história cinco anos atrás. Em pleno lockdown de 2020, investidores viram suas rotinas virarem de cabeça para baixo — e seus portfólios, também.
Enquanto a incerteza tomava conta das bolsas do mundo inteiro, uma empresa se destacou entre os holofotes: a Zoom Video Communications (Nasdaq: ZM; BDR: Z1OM34). A plataforma de videoconferência virou sinônimo de reunião, aula, happy hour e até casamento.
O reflexo no mercado? Uma disparada impressionante: as ações se multiplicaram por 9 vezes e a companhia chegou a um valor de mercado de US$ 161 bilhões.
Ponto de virada para o Zoom: Quando a ‘modinha’ chega ao fim
Desde 2021, a euforia inicial deu lugar à realidade. A valorização da Zoom mostrou-se temporária — e hoje, a companhia é avaliada em cerca de US$ 22 bilhões. Para o analista Ruy Hungria, da Empiricus Research, o caso simboliza um erro comum entre investidores: se deixar levar por “modismos” em vez de fundamentos.
“Algumas companhias excelentes enfrentavam enormes desvalorizações [na pandemia], enquanto outras ‘modinhas’ da pandemia atingiam valuations totalmente absurdos e incoerentes”, relembra Hungria.
Conforme relembra o analista, por volta da Páscoa de 2020, ele sugeriu aos investidores manterem distância das ações da Zoom. Em seu lugar, indicou a compra de ações brasileiras que estavam “sofrendo”, como a do banco Itaú (ITUB4) e da locadora de carros Localiza (RENT3).
“O longo prazo parece ter concordado conosco, já que desde então o papel da Zoom se desvalorizou -42%, mesmo com a plataforma sendo cada vez mais utilizada por milhões de pessoas ao redor do mundo”, disse Hungria.
Enquanto isso, desde a Páscoa de 2020:
- Zoom: -42%
- Itaú (ITUB4): +137%
- Localiza (RENT3): +45%
Como podemos aplicar lições de imprevisibilidade do mercado hoje?
Quando o assunto é renda variável, sabemos que nunca é possível afirmar que os desempenhos passados poderão ser espelhados no futuro. Porém, alguns aprendizados podem ficar de lição para escolhas melhores de investimentos.
De acordo com Hungria, o episódio da Zoom é um exemplo de como é importante diferenciar a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo de teses realmente fundamentadas.
“Mais importante, essa experiência nos ajuda a encarar um novo desafio: o tarifaço de Trump”, afirma o analista.
Apesar de salientar que muitas vezes as empresas mais consolidadas são monótonas e demoram a provar a validade dos investimentos, o analista reforça que são elas que te ajudam a conquistar a independência financeira.
No cenário atual, ainda não é possível afirmar todos os efeitos que as políticas comerciais do presidente americano terão nas empresas – tanto estrangeiras como nacionais –, especialmente devido à incerteza da própria aplicação das tarifas.
“Eu não sei o que vai acontecer no mês que vem, nem qual será a decisão após a tal pausa de 90 dias e nem o exato impacto em cada uma das companhias. O que eu sei é que ações de empresas boas e que negociam com valuation interessante normalmente contarão com a ajuda do longo prazo, como já vimos no caso de Itaú e Localiza”, diz Hungria.
Veja 5 recomendações do analista para ‘atravessar’ o momento de incertezas
Sempre de olho nas empresas líderes dos setores e com claras vantagens competitivas, o analista é responsável pela carteira de dividendos da Empiricus Research.
No portfólio, você pode acompanhar dicas de investimentos em busca de empresas que possam ter uma valorização ao longo prazo e ainda entregar bons proventos como uma forma de renda passiva aos seus investidores.
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