No drama corporativo da Azzas 2154 (AZZA3), a vida imita a arte. Tal qual como no aclamado filme “História de um Casamento”, que joga luz sobre o desgaste de um relacionamento ao longo dos anos, a trajetória de AZZA3 revela um cenário ainda mais rápido e turbulento.
Bastaram apenas alguns meses para o que parecia ser uma união promissora entre gigantes do setor de varejo se transformar em conversas sobre uma separação inesperada entre os principais acionistas e gestores.
Depois de um balanço frustrante e de uma desvalorização de 56% das ações desde o casamento, passaram a circular no mercado rumores de que Alexandre Birman, anteriormente à frente da Arezzo, e Roberto Jatahy, ex-CEO do Grupo Soma, agora encontram-se em meio a negociações para um “divórcio”, alimentadas por uma alegada “incompatibilidade de gestão”.
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Em meio às notícias de término entre os executivos, as ações da varejista recuam como uma das maiores quedas do Ibovespa. Por volta das 14h45, os papéis AZZA3 caíam 9,21%, a R$ 21,79 — atrás apenas da Natura&Co (NTCO3), que frustrou o mercado com um balanço aquém das expectativas.
Azzas 2154 (AZZA3): Vem divórcio pela frente?
A fusão entre o Soma e a Arezzo, vista como um big bang capaz de formar um novo gigante da indústria de moda brasileira, aconteceu há apenas oito meses. No entanto, os dois empresários à frente dos negócios já avaliam alternativas para uma separação, segundo a imprensa local.
Vale lembrar que, após o “casamento” entre as empresas, Birman assumiu a posição de diretor presidente (CEO) na Azzas enquanto Jatahy ficou encarregado da diretoria da unidade de negócio de vestuário feminino.
À época, a presença de dois executivos com mentes tão visões diferentes na Azzas foi fortemente discutida pelo mercado como um fator de preocupação. O temor? A possibilidade de embates de personalidades fortes na condução dos negócios.
As notícias de uma potencial cisão ganham tração apenas dias após a Azzas (AZZA3) anunciar um balanço mais fraco no quarto trimestre, com lucratividade e rentabilidade em queda, queima de caixa e margens sob pressão.
Fontes relataram ao Pipeline — que revelou em primeira mão as discussões sobre uma eventual separação — que a maior problemática é justamente a falta de sinergia entre os controladores devido aos diferentes modelos de gestão dos executivos.
Um dos entraves citados pelo noticiário seria a definição do ex-CEO do Soma de que a unidade de vestuário feinino passe a se reportar diretamente ao conselho, e não mais a Birman. O presidente da Azzas, por sua vez, se recusaria a aceitar.
De acordo com apuração do Pipeline, tanto Birman quanto Jatahy possuem assessores financeiros e legais que buscam “desenhar um caminho alternativo” — sendo a principal delas a compra da participação do ex-Soma pelo CEO da Azzas.
Vale ressaltar que juntos, os controladores detêm 33,7% do capital social da empresa.
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Entre as possibilidades discutidas, esteve uma cisão das operações para um modelo diferente daquele visto antes da fusão, com uma migração da Hering para o lado da Arezzo, por exemplo.
No entanto, qualquer modelo de divórcio entre os executivos conta com obstáculos relevantes citados pelo mercado. Um deles é justamente o preço.
De acordo com o jornal, Jatahy já teria afirmado que só venderia a posição que detém no grupo com um prêmio em relação às cotações atuais.
O Pipeline diz que Birman já estaria em contato com familly offices e gestoras de private equity que poderiam estar interessados em participar de uma eventual negociação.
*Com informações do Pipeline.
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