Comecemos pelo regente, Jair Messias Bolsonaro, que o Exército afastou de suas fileiras nos anos 1980 por ter planejado explodir bombas em quartéis e em outras unidades militares do Rio de Janeiro. Na época, ele estava indignado com o salário que recebia.
Em um esforço insano e contínuo de se martirizar, Bolsonaro voltou a dizer ontem que não tem recursos para sair do país, que as autoridades podem prendê-lo por 40 anos, e que acabará morrendo na cadeia por crimes que não cometeu. Coitadinho!
E a fortuna que ele acumulou de maneira sã ou pecaminosa ao longo da vida? E os 27 milhões de reais doados via Pix por seus admiradores quando Bolsonaro disse não ter dinheiro suficiente para pagar multas que lhe aplicaram? As multas foram perdoadas.
Bolsonaro é acusado dos crimes de liderar organização criminosa; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.
Apresenta-se como um perseguido pelo “sistema” que teria como objetivo não permitir que ele se candidate mais uma vez à Presidência da República em 2026. Candidatou-se em 2018 e se elegeu. Candidatou-se em 2022 e foi derrotado. É do jogo, ora.
Lula perdeu três eleições para presidente (1989, 1994, 1988) e venceu a quarta (2022), a quinta (2026) e a sexta (2022). Amargou 560 dias de prisão em Curitiba quando tinha tudo para vencer a eleição de 2018. Sonha em se reeleger no próximo ano.
Eduardo Bolsonaro segue os passos do pai. Nas eleições de São Paulo em 2014, elegeu-se deputado federal com 82 224 votos. Reelegeu-se em 2018 com 1 843 735 votos, o mais votado da história do Brasil. E reelegeu-se em 2022 com 741 701 votos.
Então, a exemplo do regente, fugiu do país. O pai refugiou-se nos Estados Unidos durante meses depois do fracasso do golpe que tentou dar. Eduardo, dizendo-se ameaçado, abandonou o mandato e hoje mora nos Estados Unidos. Queixa-se da falta de dinheiro.
Presidente nacional do PL, partido do clã Bolsonaro, bem que Valdemar Costa Neto quis ajudar Eduardo. Tentou organizar uma cota entre deputados do PL. Pediu que cada um doasse 500 reais. Bolsonaro, o pai, porém, o impediu. Pai é quem banca filho.
O problema do último integrante do trio, a deputada federal Carla Zambelli, também filiada ao PL, não é falta de dinheiro, mas de solidariedade dos seus colegas de Câmara. Condenada a 10 anos de prisão, ela perderá em breve o mandato e a liberdade.
Zambelli anda chorando pelos cantos. E já reúne atestados médicos sobre seu frágil estado de saúde para convencer a justiça a conceder-lhe o direito de cumprir a pena em casa. Bolsonaro dispensa atestados. A prisão domiciliar está ao seu alcance.
Tadinhos deles!
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