Nesta semana, o mundo mudou completamente… a cada trinta minutos. As manchetes envelheciam como leite ao sol do Rio de Janeiro diante das vontades de Donald Trump — em uma das semanas mais voláteis da história de Wall Street: uma hora era o rali mais intenso desde a Segunda Guerra Mundial, no dia seguinte, mar vermelho de quedas bruscas.
Se eu ganhasse um real para cada vez que ouvi a frase “EUA aumentaram tarifas para China” e logo depois “China retaliou” nos últimos dias, eu teria uns três reais — o que não é muito, mas é bastante chato que tenha acontecido tantas vezes.
Na quarta-feira (9), as bolsas celebraram o anúncio de uma pausa de 90 dias nas tarifas para todos os países, menos a China. Além de uma redução nas tarifas recíprocas para 10%, com efeito imediato. As tarifas para o gigante asiático, porém, subiram para 125%.
A notícia fez com que S&P 500 subisse 9,52%, registrando seu terceiro maior ganho em um único dia desde a Segunda Guerra Mundial, enquanto o Dow Jones disparou mais de 2.900 pontos. O Nasdaq chegou a subir 12%.
Porém, o dia seguinte foi um desastre.
Mas pode ter servido de consolo para alguns. Por exemplo, quem estava tendo um dia ruim na quinta-feira (10), podia olhar para as bolsas e ter a certeza de que alguém estava pior, com as quedas generalizadas em Nova York.
O S&P 500 caiu 3,46%, enquanto o Dow Jones perdeu 1.014,79 pontos, ou 2,5%. O Nasdaq encerrou o dia com queda de 4,31%.
Isso porque a Casa Branca resolveu “esclarecer” um detalhe: na verdade, a tarifa efetiva sobre produtos chineses não seria de 125%, como anunciado por Trump anteriormente, mas de 145%.
Mas já diria Chico Buarque: apesar de você, amanhã há de ser outro dia. E foi.
Na sexta-feira (11), as bolsas fecharam no azul, mesmo depois de mais uma retaliação chinesa: o S&P 500 avançou 1,81%, aos 5.363,36 pontos; e o Nasdaq teve alta de 2,06%, aos 16.724,46 pontos e o S&P 500 subiu 1,81%.
Isso porque a China indicou que esta seria a última vez que equipararia as suas taxas às que os EUA impõem contra Pequim.
Além disso, a declaração da Casa Branca, de que Trump está otimista quanto a um acordo com a China trouxe alívio aos investidores, animados também pelos balanços positivos dos bancões norte-americanos e um dado de inflação.
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No fim, qual é o saldo da semana no mundo todo depois do caos de Trump?
País/índice | Desempenho Semanal (%) |
EUA (Nasdaq) | 7,29 |
EUA (S&P 500) | 5,7 |
EUA (Dow Jones) | 4,95 |
EUA (Small Cap 2000) | 1,82 |
Hong Kong (Hang Seng) | 1,13 |
Brasil (Ibovespa) | 1,05 |
Japão (Nikkei) | -0,58 |
Europa (Euro Stoxx 50) | -1,63 |
E como ficaram as ações das sete magníficas?
Empresa | Desempenho na Semana (%) |
Nvidia | +17,62 |
Tesla | + 5,38 |
Apple | + 5,19 |
Amazon.com | + 8,11 |
Alphabet, dona do Google, ações classe A | + 7,93 |
Microsoft | + 7,95 |
Alphabet, ações classe C | +7,89 |
Meta Platforms | + 7,7 |
E as ações do Ibovespa?
Confira abaixo as maiores quedas e altas na semana:
Maiores altas
Empresa | Ticker | Desempenho na semana (%) |
Grupo Pão de Açúcar | PCAR3 | 17,96 |
LWSA ON | LWSA3 | 13,95 |
Grupo Vamos | VAMO3 | 11,7 |
RAIADROGASIL ON | RADL3 | 9,47 |
Cogna Educacao | COGN3 | 9,22 |
Maiores quedas
Empresa | Ticker | Desempenho na semana (%) |
Petrobras ON | PETR3 | -10,10% |
IRB Re ON | IRBR3 | -8,58% |
Petrobras PN | PETR4 | -7,81% |
Azul PN | AZUL4 | -6,54% |
Brava Energia ON | BRAV3 | -5,89% |
E quanto ao dólar?
Durante as turbulências que marcaram os últimos dias, a moeda chegou a encontrar de novo nos R$ 6, mas terminou a semana com uma valorização de 0,38%, aos R$ 5,86.
Porém, a moeda perdeu força no mundo inteiro. O DXY, índice que mede o desempenho da divisa norte-americana em relação a uma cesta de outras, registrou uma queda de 3,19% na semana.
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