Dizem que a esperança é a última que morre e se isso for verdade, o mercado terá que esperar mais para respirar aliviado. Isso porque a Casa Branca confirmou que tarifas de 104% serão cobradas da China a partir de quarta-feira (9) — o que fez as bolsas em Nova York apagarem os fortes ganhos desta manhã e ser acompanhada pelo Ibovespa acompanha, que renovou mínimas da sessão com a notícia.
Por volta de 14h55, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,67%, aos 124.782,33 pontos. Em Wall Street, o S&P 500 chegou a zerar os ganhos de 4% para depois voltar a operar em leve alta junto com o Dow Jones e o Nasdaq.
No mercado de câmbio, o dólar à vista chegou a bater nos R$ 6 na máxima da sessão. No mesmo horário, a moeda norte-americana subia 1,15%, cotada a R$ 5,9773.
Mais cedo, os mercados mundo afora operavam em forte alta embalados pela sinalização de que países alvos das tarifas de Donald Trump estariam dispostos a negociar com o governo norte-americano, o que poderia frear ou reduzir os efeitos da guerra comercial sobre a economia global.
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Só que no início da tarde, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou à Fox Business que as tarifas de 104% contra a China começarão a ser cobradas amanhã (9).
Com isso, Trump cumpre a ameaça feita no dia anterior. O presidente norte-americano disse que se Pequim não desistisse de retaliar os EUA até às 13h desta terça-feira (8), uma taxa adicional de 50% seria cobrada sobre os produtos chineses importados pelos norte-americanos.
- Como a China já havia sido taxada em 20%, depois em mais de 34% na ocasião do anúncio das tarifas recíprocas por Trump, o total de impostos que um produto chinês vai pagar para entrar no mercado norte-americano sobe para 104%.
Durante a madrugada, a China já havia indicado que não voltaria atrás na retaliação que implicou em taxas de 34% sobre produtos importados dos EUA.
O governo de Xi Jinping disse ainda que está pronto para seguir respondendo aos aumentos tarifários, apesar de considerar que “em uma guerra comercial, não há vencedores”.
Alguma chance de trégua entre EUA e China?
Mas nem tudo está perdido entre EUA e China. A guerra comercial travada pelas duas maiores economias do mundo tem chance de uma trégua.
Logo depois de confirmar as tarifas de 104% sobre a China a partir de amanhã (9), a Casa Branca informou que Trump segue interessado em fazer um acordo com Xi.
- A indicação ajudou as bolsas em Nova York a recuperarem parte das perdas provocadas pela notícia do aumento das tarifas sobre Pequim a partir de quarta-feira.
“Trump quer fazer um acordo com a China, só não sabe como começar”, diz. “Se a China aceitar um acordo, Trump será mais afável”, acrescenta.
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Segundo a Casa Branca, o governo norte-americano vai priorizar aliados e parceiros comerciais nas discussões sobre as tarifas.
Vietnã, Japão e Coreia do Sul estão entre os países que já sinalizaram interesse em negociar as tarifas anunciadas por Trump — o que ajudou os mercados a subirem mais cedo. A Ásia foi uma das regiões que recebeu as maiores taxas dos EUA.
De acordo com a Casa Branca, cerca de 70 nações já procuraram o governo norte-americano para negociar.
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Tarifas de Trump assustam os investidores
As tarifas de Trump têm derrubado as bolsas mundo afora, com investidores receosos de que a guerra comercial possa jogar a economia dos EUA em uma recessão severa, arrastando a economia global.
- O JP Morgan, por exemplo, elevou as chances de recessão nos EUA de 20% para 60% na semana passada.
Esse cenário de incerteza faz com que os investidores se afastem dos ativos mais arriscados como ações e busquem abrigo em portos seguros como os títulos de dívida do governos dos EUA — cujos yields (rendimentos) ficaram abaixo de 4% logo depois do anúncio do tarifaço de Trump.
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