São Paulo – Ao menos quatro vereadores estão na disputa pela cadeira do representante da Câmara de vereadores de São Paulo no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da cidade (Conpresp). Três são de partidos da base aliada do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A vaga aberta é a de Rodrigo Goulart (PSD), vereador reeleito que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, o que liberou a cadeira que cabe ao representante do Legislativo municipal no órgão. Com a saída de Goulart, pleiteiam a vaga no colegiado os vereadores Paulo Frange (MDB), Sandra Tadeu (PL), Rubinho Nunes (União) e Nabil Bonduki (PT).
Vinculado à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, o Conpresp é um órgão importante na política urbana e nas regras de zoneamento da cidade. É responsável pelo tombamento de imóveis e pela preservação de prédios considerados de valor cultural, histórico, artístico e arquitetônico.
Além da Câmara, o conselho é formado por dois representantes da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), um da OAB, um do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), um do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e um do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).
Disputa aberta
A escolha se dará em votação em plenário após convocação do presidente Ricardo Teixeira (União), o que deve ocorrer somente após o Carnaval, quando as comissões da Casa também estarão formadas.
Com a falta de um consenso, os candidatos têm procurado colegas para pedir apoio, incluindo o Conpresp nas negociações envolvendo a composição das comissões da Câmara, cuja definição foi adiada em uma semana.
Paulo Frange (MDB), que é do mesmo partido de Nunes, afirma ter a preferência do governo e que vai buscar um acordo entre os colegas para se viabilizar.
“Já manifestei esse interesse, conversei com a Casa Civil, com o secretário de Governo. É legítimo que outros companheiros queiram a vaga. Vamos tentar fazer um acordo. Estou caminhando aqui na Câmara, conversando com os colegas. E vamos ver até onde a gente consegue levar isso em um acordo”, afirmou Frange ao Metrópoles.
Ele justifica que, desde 2002, ainda na gestão de Marta Suplicy (PT), tem atuado nas discussões envolvendo Plano Diretor e Lei de Zoneamento na Câmara.
Já Rubinho Nunes tem como trunfo ser do mesmo partido do presidente da Casa, Ricardo Teixeira (União), que poderia trabalhar pelo seu nome. O vereador, no entanto, é desafeto de Ricardo Nunes desde que apoiou Pablo Marçal na campanha eleitoral de 2024, o que dificulta o apoio da base governista à sua candidatura.
Além disso, vereadores argumentam que Rubinho já tem espaço considerável, uma vez que deve ser reconduzido à presidência da Comissão de Políticas Urbanas, uma das mais importantes da Casa, além de se manter como o Corregedor Geral da Câmara.
Outra postulante é a vereadora Sandra Tadeu (PL). Também da base de Nunes, a parlamentar afirma que pretende dar mais transparência às discussões ocorridas no conselho.
“Em 2016, apresentei um projeto de lei em que o conselho teria que apresentar trimestralmente um relatório com as questões que foram discutidas naquele período. Só vamos ter transparência quando alguém que tiver essa proposta for membro e faça isso acontecer. Lá atrás eu comuniquei o prefeito. Eu também sou da base. Acho que é a minha vez”, afirmou a vereadora ao Metrópoles, ressaltando que tem o apoio da bancada do PL para a indicação.
Por parte da oposição, quem se coloca na disputa é o vereador Nabil Bonduki (PT), que tem um histórico de atuação dentro da área no poder público.
“Estou me colocando muito em função de várias entidades, associações e grupos que trabalham na área do patrimônio e que pediram para que eu disputasse. Sou uma pessoa da área, tenho livro escrito sobre a questão de patrimônio”, afirmou Bonduki, que na gestão de Fernando Haddad (PT) foi secretário Municipal da Cultura, pasta a qual o Conpresp é subordinado.
Além das bancadas da oposição, como o PT e PSol, Nabil Bonduki afirma também estar conversando com vereadores da base para tentar se viabilizar. “Não estou entrando nisso por interesse pessoal, mas para debater e proteger o patrimônio da cidade”, diz.