A XP Inc. (XPBR31) registrou lucro líquido ajustado recorde no primeiro trimestre de 2025. O valor de R$ 1,24 bilhão foi 20% maior na comparação com o mesmo período de 2024, porém em linha com as expectativas do mercado.
O que chamou a atenção, entretanto, foi o impulso que a renda fixa teve no período. O segmento tornou-se o maior contribuinte de receita no varejo pela primeira vez na história da XP, representando 29% da receita total do setor.
O faturamento com renda fixa chegou a R$ 1,015 bilhão entre janeiro e março, uma alta de 44% em relação ao mesmo período do ano passado.
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Já a receita proveniente de ações foi um detrator, pois registrou queda de 15% na comparação anual, para R$ 959 milhões — representando 28% da receita total do varejo.
Até mesmo o segmento “outras receitas de varejo”, que inclui transações de câmbio, conta, consórcio e investimentos globais, teve mais relevância em termos de crescimento no faturamento do que ações no período de janeiro a março.
A alta na receita de “outras” no primeiro trimestre foi de 19% na comparação anual, para R$ 584 milhões.
Recompras e dividendos
Em relatório, o BTG reiterou suas expectativas em relação ao payout (porcentagem de lucro pago em proventos) da XP.
A XP afirmou recentemente que tem a intenção de elevar o seu payout para acima de 50% entre 2025 e 2026, por meio de novos programas de recompra de ações e pagamento de dividendos.
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“No geral, embora o primeiro trimestre tenha estado praticamente em linha, gostamos muito da geração de capital e da orientação suave, sugerindo que a taxa de distribuição (dividendos + recompras) poderia permanecer como no ano passado, em torno de 75%”, diz o relatório.
O lucro por ação da XP aumentou 24% na base anual, para R$ 2,29. O crescimento reflete os programas de recompra de ações já concluídos. Todas as ações recompradas foram canceladas.
E o banco anunciou um novo programa no valor de R$ 1 bilhão.
Em relação aos dividendos, o BTG estima um dividend yield de 7% para 2025, se o payout chegar a 75%.
Os analistas reiteraram a recomendação de compra para as ações da XP e elevaram o preço-alvo de US$ 17 para US$ 22 ao fim de 2025.
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Nos Estados Unidos, as ações da XP subiam 3,31% por volta das 11h (horário de Brasília), a US$ 19,17.
Já os BDRs XPBR31, listados na B3, subiam 6,22% no mesmo horário, a R$ 110,58.
Números gerais da XP no 1T25
A receita bruta da XP cresceu 7% no primeiro trimestre frente ao mesmo trimestre do ano passado, em linha com o guidance de crescimento anual de pelo menos 10%, para R$ 4,56 bilhões.
A maior parte desse montante é receita de varejo, que avançou 10%, para R$ 3,44 bilhões. A receita com grandes empresas e mercado de capitais também cresceu, em 11% na mesma base de comparação, para R$ 562 milhões. Por outro lado, a receita institucional caiu 3% na base anual, para R$ 344 milhões.
O Retorno sobre o Patrimônio Médio (ROAE, da sigla em inglês) foi de 24,1% no período, aumento de 68 pontos-base contra o trimestre anterior e crescimento de 340 pontos-base frente ao mesmo período de 2024.
A captação líquida da XP somou R$ 24 bilhões no primeiro trimestre, alta de 7% em 12 meses e queda de 19% no trimestre.
Os ativos sob custódia subiram 13% em 12 meses e 3% em base trimestral, para R$ 1,33 trilhão. Enquanto isso, o número de clientes ativos cresceu 2% em um ano, para 4,7 milhões, e ficou praticamente estável em relação ao quarto trimestre do ano passado.
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