O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) divulgou, na noite da última segunda-feira (5), os resultados do último trimestre — e os números parecem ter desagradado o mercado. Por volta das 11h40 desta terça-feira (06) as ações caíam mais de 16%, a maior perda do Ibovespa, e entraram em leilão.
Confira abaixo os números do Pão de Açúcar no 1T25:
Indicador | 1T25 | 4T24 | 1T24 | Variação vs 1T24 | Variação vs 4T24 |
Receita Líquida | R$ 4,8 bi | R$ 5,15 bi | R$ 4,62 bi | +3,9% | -6,8% |
Lucro Bruto | R$ 1,265 bi | R$ 1,417 bi | R$ 1,107 bi | +14,3% | -10,7% |
Margem Bruta | 27,6% | 27,2% | 23,8% | +3,8 p.p. | +0,4 p.p. |
EBITDA Ajustado | R$ 409 mi | R$ 498 mi | R$ 372 mi | +9,9% | -17,9% |
Margem EBITDA Ajustado | 8,6% | 9,5% | 8,1% | +0,5 p.p. | -0,9 p.p. |
Prejuízo Líquido (Operações Continuadas) | -R$ 93 mi | -R$ 211 mi | -R$ 407 mi | -77,2% | -55,9% |
Dívida Líquida | R$ 2,401 bi | R$ 1,900 bi | R$ 1,720 bi | +39,6% | +26,4% |
Alavancagem (Dívida Líquida / EBITDA) | 2,8x | 3,8x | 3,0x | -0,2x | -1,0x |
O que desagradou o mercado no balanço do Pão de Açúcar?
Na visão do Itaú BBA, a empresa mantém um dos modelos de negócio mais resilientes do mercado, mas alguns pontos geram preocupação — principalmente por causa do cenário macroeconômico turbulento e juros elevados.
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O resultado financeiro líquido piorou na base anual. Mesmo com um efeito fiscal não recorrente, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 281 milhões — acima da expectativa do banco, de R$ 206 milhões.
O BBA reconhece os efeitos positivos dos esforços de reestruturação da empresa, mas destaca que a alavancagem preocupa. De acordo com o Itaú BBA, o GPA consumiu R$ 1,6 bilhão em caixa no trimestre.
A dívida líquida ajustada foi de R$ 4,75 bilhões, resultando em uma alavancagem de 5,7x ND/Ebitda nos últimos três meses — indicador que mostra quantos anos, mantendo a geração de caixa atual, a empresa levaria para pagar as dívidas — ante 3,8x no trimestre anterior e 4,2x no mesmo período de 2024.
A recomendação para as ações se mantém neutra.
“Em nossa visão, o GPA segue focado em melhorar a rentabilidade enquanto gerencia pressões não operacionais, que continuam afetando o resultado final — o que sustenta nossa recomendação de desempenho em linha com o mercado: neutra por ora”, escrevem os analistas.
O BTG Pactual segue na mesma linha, ao destacar preocupação com o endividamento — apesar dos esforços de turnaround.
“Apesar da melhora operacional nos últimos trimestres (e de superar levemente nossas projeções), além da implementação de iniciativas para fortalecer margens e geração de caixa, ainda vemos o GPA como uma opção mais arriscada entre os varejistas de alimentos”, escrevem os analistas do banco.
A recomendação para as ações também é neutra.
Rafael Ferri e outros novos conselheiros vão ajudar na reestruturação?
Na conferência com os analistas após o resultado nesta terça-feira (6), o CEO do Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, disse que o novo conselho de administração, eleito em assembleia na véspera, vai ajudar a empresa a se manter no caminho da recuperação de seus resultados.
“O currículo do novo conselho nos dá alta segurança de que temos pessoas para nos apoiar nesse processo”, afirmou Pimentel.
Cabe lembrar que o conselho foi eleito na última segunda-feira (5), e o nome mais votado pelos acionistas foi o do investidor Rafael Ferri, que garantiu uma das nove cadeiras no comando da empresa após obter 320,8 milhões de votos na Assembleia Geral Extraordinária (AGE).
Nesta reportagem, você confere mais detalhes sobre a mudança no alto escalão do GPA.
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