Menos sinistralidade, mais lucro. Os números apresentados no balanço do terceiro trimestre da Porto Seguro (PSSA3), apresentados na noite de segunda (11) deixaram os investidores tranquilos o suficiente para fazerem com que as ações da empresa valorizassem em torno de 2,5% nesta terça (12), com o preço por ação de R$ 39,65
Os números deram bons sinais para o mercado, principalmente por conta da eficiência na gestão de sinistros e do aumento nos prêmios de seguros, que resultaram em uma melhoria nas margens. De julho a setembro, a companhia registrou lucro líquido de R$ 739,1 milhões, salto de 32,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado.
No segmento de seguros, que é o carro-chefe da Porto Seguro, o controle da sinistralidade foi um dos pontos mais elogiados pelos analistas. Em especial, o seguro de automóveis, um dos produtos de maior relevância no portfólio da empresa, apresentou uma queda na frequência de sinistros, o que contribuiu para a melhoria dos resultados operacionais e sustentou o crescimento do lucro.
O desempenho financeiro no período foi influenciado por títulos indexados à inflação e pré-fixados, que impactaram as receitas e margens de forma positiva. No terceiro trimestre, o resultado financeiro líquido foi de R$ 246,4 milhões, contra R$ 187,2 milhões um ano antes. A receita com aplicações financeiras foi de R$ 293,6 milhões, o que representa 83,2% do CDI do período.
É importante lembrar que o terceiro trimestre foi de recuperação de resultados, depois dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o lucro da empresa no segundo trimestre deste ano.
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Porto Seguro e seu carro-chefe
No segmento de seguros, que representa a maior parte do faturamento do Porto, a receita somou R$ 5,5 bilhões, registrando uma ligeira queda de 0,2% em comparação ao ano anterior. No terceiro trimestre, a área que concentra as linhas de automóvel, patrimonial e vida teve um lucro líquido de R$ 430 milhões, queda de 24% na visão anual, mas com um ROE de 29%.
“O seguro auto explica a contração, que se deve à queda de 5% nos prêmios emitidos e ao aumento de 4 p.p. na sinistralidade da categoria”, explica Larissa Quaresma, CFA da Empiricus Research. “Entretanto, isso não nos preocupa, pois a queda dos prêmios reflete a estratégia de manter a precificação em um ambiente mais promocional no mercado”.
Em seguros patrimoniais e de vida, a Porto Seguro reportou crescimento de 8,1% e 10,4%, respectivamente. A sinistralidade geral dos seguros caiu para 50,8%, com um nível alto na sinistralidade de automóveis, que passou de 51,3% para 57,3%.
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Saúde, Finanças e Serviços
A Porto Saúde foi a área de negócios que mais cresceu e atingiu R$ 1,7 bilhão em receita, crescimento de 41,5% em um ano. A carteira de beneficiários teve um incremento de 25,7% em um ano e passou a atender 641 mil vidas.
Na operação, o índice de sinistralidade caiu 2,3 pontos porcentuais em relação ao ano passado, para 78,1% no terceiro trimestre. O lucro da Porto Saúde aumentou 104,7% em um ano, para R$ 76,7 milhões.
O Porto Bank, que reúne os serviços financeiros, teve receita de R$ 1,5 bilhão no trimestre, alta de 24,1% em um ano puxada pelos consórcios (+37,6%). A inadimplência acima de 90 dias foi de 6,4%, queda de 1 ponto porcentual em um ano, mas estável em relação ao segundo trimestre deste ano.
“E o Porto Bank deve continuar expandindo seu lucro à medida que a companhia ganha mais volume nos produtos atuais e lança novos, como contas digitais PF e PJ, enquanto se beneficia da diluição de despesas”, acredita a CFA da Empiricus Research.
A unidade de negócio mais recente, a Porto Serviço, teve receita de R$ 620,1 milhões, com 1,3 milhão de serviços prestados no trimestre. O lucro líquido foi de R$ 52 milhões, alta de 9% na visão trimestral, resultado de contratos com varejistas, montadoras, locadoras, entre outros.
Para a analista, este trimestre “escancara” a geração de valor dos novos negócios da Porto, que passaram a representar 63% do lucro líquido de R$ 739 milhões, versus 50% há um ano.
“Mais importante ainda, a expansão das novas verticais vem com uma alta rentabilidade, o que tem contribuído para a melhora do ROE consolidado – que teria sido de 28% sem o excesso de capital, versus 23% reportado”, afirma Larissa.
Em setembro, a companhia anunciou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) milionários aos acionistas.
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