Nesta semana, a família Diniz deu adeus ao Carrefour Brasil — e não saiu de mãos abanando. A gestora Península, que administra os recursos da família, vendeu todas as ações que ainda detinha da rede de supermercados na B3 e embolsou cerca de R$ 850 milhões, com os papéis negociados a um preço médio de R$ 8,20.
A operação envolve a fatia de 4,906% da Península no Atacadão (CRFB3), o equivalente a 103,47 milhões de ações, e ocorre justamente às vésperas da assembleia que vai decidir o fechamento de capital da companhia — marcada para o próximo dia 25.
Os papéis foram vendidos abaixo do valor da nova proposta do grupo francês, controlador da rede, que elevou a oferta de R$ 7,70 para R$ 8,50 por ação. Com o novo valor, o Carrefour Brasil passa a ser avaliado em cerca de R$ 17,9 bilhões.
Mas a Península, mesmo se quisesse, não poderia votar na assembleia por estar vinculada ao acordo de acionistas — que chegou ao fim junto com a venda dos papéis. Já os compradores da fatia, esses sim, poderão exercer voto.
A decisão da família Diniz vem após o desmembramento da participação que mantinha em conjunto com o GIC, o fundo soberano de Cingapura, que agora aparece com 2,4% e, segundo fontes do Estadão, deve aderir à proposta da matriz francesa.
Com a saída dos Diniz e a proposta turbinada, analistas avaliam que a chance de aprovação do fechamento de capital subiu no termômetro do mercado. Entre os minoritários, BCI (Canadá) e Wishbone Partners (EUA) já tinham sinalizado oposição — mas talvez, com o novo valor, o coelho saia da cartola.
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Carrefour Brasil (CRFB3) de saída da B3
Foi em fevereiro que o Carrefour resolveu dar um “au revoir” à B3. O grupo francês anunciou a intenção de fechar o capital do Atacadão (CRFB3), transformando sua operação brasileira em uma subsidiária integral.
Para isso, a matriz firmou um acordo de incorporação de ações entre o Carrefour S.A., o Carrefour Nederland B.V. e o Carrefour Brasil, com o objetivo de comprar a fatia que ainda não controlava da divisão brasileira. Atualmente, a holding francesa já detém cerca de 70% do capital, segundo dados da B3.
A operação prevê a saída da empresa do segmento de ações da Bolsa, mantendo apenas a possibilidade de emissão de títulos de dívida, como debêntures.
O anúncio inicial causou desconforto no mercado, principalmente por causa do preço oferecido: R$ 7,70 por ação. Diante da pressão de minoritários, como o fundo canadense BCI e a gestora americana Wishbone Partners, o Carrefour subiu a proposta para R$ 8,50 por papel — o que representa um prêmio de 46,2% sobre a média dos últimos 30 dias anteriores a 10 de fevereiro e 39% sobre a média dos últimos 90 dias.
A proposta permite que os acionistas escolham entre três formas de recebimento:
- Classe A: 100% em dinheiro (R$ 8,50 por ação);
- Classe B: R$ 4,25 em dinheiro + ações do Carrefour França;
- Classe C: 100% em ações do Carrefour França.
Com informações de Estadão Conteúdo e Money Times
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