São Paulo — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou nesta sexta-feira (6/12), em São Paulo, que as câmeras corporais são um fator de contenção da Polícia Militar (PM) e que “precisamos, sim, de contenção”. A declaração foi dada ao lado dos ministros Gilmar Mendes, do STF, e Ricardo Lewandowski, da Justiça, em evento que contou, na plateia, com o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.
A fala do governador é mais uma tentativa de Tarcísio fazer “mea culpa”, diante da crise na segurança pública e os recentes casos de violência policial que atingiram em cheio a sua gestão nos últimos dias.
A maneira como ele se manifesta agora contrasta com as declarações do chefe do Executivo paulista durante as operações Escudo e Verão, por exemplo, quando mais de uma centena de pessoas foram mortas na Baixada Santista e o governo foi denunciado por violação de direitos humanos.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio, no início de março.
Porém, nessa sexta, o mesmo Tarcísio agiu de outra forma ao tratar temas como as câmeras corporais dos policiais militares, por exemplo. “A política de câmeras é uma política que eu, particularmente, me arrependo muito pela postura que tive lá atrás. Essa postura vem da percepção que aquilo poderia tirar a segurança jurídica do agente ou mesmo causar hesitação no momento em que precisa atuar”, disse.
O “mea culpa” prosseguiu. “Hoje, percebo que estava enganado. Hoje, percebo que ela ajuda o agente de segurança pública, percebo que é um fator de contenção. E nós precisamos, sim, de contenção”.
Tarcísio continuo o raciocínio reforçando que a atuação na segurança pública precisa de. “equilíbrio, porque o grande desafio é como garantir a segurança jurídica daquele agente que está na ponta, que atua, que precisa combater a criminalidade, que está extremamente estressado, que está sob perigo, como não deixar que esse agente seja esculhambado, seja alvo das piores ilações”, disse. “Mas, ao mesmo tempo, não permitir o descontrole, mostrar o caminho, fazer com que os procedimentos operacionais, e tem procedimento para tudo, […]sejam cumpridos”, ponderou.
No fim, ao tratar sobre a segurança de forma geral, em âmbito nacional, Tarcísio reconheceu que têm dúvidas. “Então, eu tenho muitas dúvidas. Temos muito a conversar. A gente está de portas abertas para ser ajudado, para que a gente possa construir, em conjunto, um novo caminho que nos permita, no fim das contas, atingir alguns objetivos.”