Lideranças do Centrão no Congresso Nacional veem um ponto positivo na inclusão do impeachment do presidente Lula como uma das pautas das manifestações da oposição marcadas para o dia 16 de março.
Embora admitam não haver, hoje, chances de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir o impeachment, caciques do Centrão avaliam que colocar o tema em debate pode favorecer o grupo.
Para o Centrão, a especulação sobre o impeachment ajudaria a pressionar o Palácio do Planalto a resolver duas das principais reclamações dos deputados: a demora na reforma ministerial e o imbróglio das emendas parlamentares.
Bolsonaro e o impeachment de Lula
Na avaliação de caciques do Centrão, embora Jair Bolsonaro rejeite o impeachment como pauta dos atos de 16 de março, o ex-presidente pode ser beneficiado politicamente com o debate.
Isso aconteceria porque a discussão sobre o impeachment de Lula mostraria uma inabilidade do atual chefe do Planalto em lidar com o Congresso, o que enfraqueceria sua possível tentativa de reeleição em 2026.
Impeachment fora da pauta
Como noticiou a coluna, a possível defesa do impeachment nos atos marcados para 16 de março dividiu os aliados de Bolsonaro, a ponto de o pastor Silas Malafaia passar um “pito” em parte dos bolsonaristas.
Malafaia defendeu a postura de Bolsonaro, que anunciou que participará da manifestação no Rio de Janeiro para defender o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, e não para pedir o impeachment de Lula.
“O que o sistema quer é isso: derruba Lula e entra (Geraldo) Alckmin. Essa conversa-fiada de que o impeachment de Dilma ajudou Bolsonaro é para quem não conhece a história. O povo deu uma resposta, não foi para o impeachment de Dilma que ajudou Bolsonaro, foi para o desgoverno e a corrupção, certo? Foram 14 anos de governo do PT. Quem está falando isso ou desconhece a história ou quer se aproveitar do momento político. Acho que nós temos que ter uma visão lá na frente”, afirmou Malafaia.