Deputados da oposição cancelaram, de última hora, a reunião que teriam com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta quarta-feira (12/3), na qual discutiriam ação que pede a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O encontro foi pedido pelo atual líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), durante a manhã. Gonet atendeu à solicitação imediatamente e marcou uma audiência com os parlamentares oposicionistas para 16h15, em seu gabinete na PGR.
Mais cedo, Zucco chegou a afirmar à coluna que alguns vice-líderes da oposição o acompanhariam no encontro com Gonet. Entre eles, os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Eduardo Gayer (PL-GO), Sanderson (PL-RS) e Evair de Mello (PP-ES).
Poucas horas antes da reunião, Zucco pediu para cancelar a audiência, de acordo com informações repassadas pela assessoria de imprensa da PGR à coluna. O líder da oposição ainda não pediu o reagendamento da reunião, segundo a Procuradoria.
De acordo com lideranças bolsonaristas, Zucco foi aconselhado a desmarcar a reunião em razão da comitiva que pretendia levar. A avaliação foi de que não seria prudente levar deputados de perfil mais radical para uma reunião com Paulo Gonet.
Procurado pela coluna, Zucco afirmou que não foi à reunião com Gonet por conta das negociações em torno da divisão das comissões temáticas da Câmara. “Ficamos em função das comissões”, limitou-se a comentar o líder da oposição na Casa.
O que a oposição argumentaria com Gonet
A ideia da oposição, como a coluna noticiou mais cedo, seria argumentar com Gonet que, assim como o filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliados de Lula buscaram autoridades estrangeiras no passado para criticar supostos abusos do Judiciário.
Como a coluna noticiou no último sábado (8/3), o então advogado e atual ministro do Supremo Cristiano Zanin fez um tour por países europeus em 2017 para alegar que a Justiça brasileira não estaria garantindo os “direitos constitucionais” de Lula.
A viagem ocorreu em meio ao julgamento, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), do recurso contra a condenação do então ex-presidente pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP).