Uma operação que visa desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico e comércio ilegal de armas de fogo, com atuação interestadual, cumpriu 17 mandados de prisão na anhã desta quarta-feira (30/4). Um policial militar da reserva e uma advogada são suspeitos de compactuar com o esquema.
As ações foram concentradas nos municípios baianos de Feira de Santana, Salvador, Lauro de Freitas e Muritiba, além de Brasília (DF), Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
Além dos mandados de prisão, 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os investigados respondem por crimes relacionados ao tráfico de drogas e ao comércio ilegal de armas, tendo como principal base a cidade de Feira de Santana.
Segundo a polícia, ao longo das apurações, foram identificadas conexões interestaduais da organização, com ramificações no Rio Grande do Norte e no Rio de Janeiro, além de movimentações financeiras suspeitas envolvendo interlocutores ligados ao crime organizado.
As apurações da polícia apontam que o policial militar da reserva, atuava como elo entre os fornecedores de armamentos e os membros da organização criminosa. O bairro da Queimadinha, em Feira de Santana, funcionava como um dos principais pontos operacionais do grupo, sobretudo para o tráfico de entorpecentes.
Já a advogada, residente em Feira de Santana, movimentou, em contas pessoais, mais de R$ 6,8 milhões. As análises financeiras demonstraram relações suspeitas com diversas lideranças do grupo, o que reforça a estrutura organizada e profissional da atuação criminosa.
Dos presos, 12 foram localizados em Feira de Santana, duas em Brasília, duas em Lauro de Freitas e uma em Salvador. Uma das investigadas do grupo foi capturada no aeroporto de Brasília, com apoio da Polícia Federal.
A mulher havia embarcado no Rio de Janeiro, cidade onde residia, no Complexo do Alemão. A suspeita atuava diretamente na coordenação das atividades ilícitas do companheiro, considerado o chefe do grupo, que, mesmo custodiado em um presídio federal, continuava dando ordens à quadrilha com apoio direto da mulher.
Como parte das medidas judiciais foram bloqueados mais de R$ 84 milhões em contas bancárias, sendo R$ 34 milhões em nome de pessoas físicas investigadas e R$ 50 milhões vinculados a empresas de fachada utilizadas para movimentações ilícitas.
Operação
Mais de 200 policiais civis participaram da Operação Skywalker, que contou com o apoio de unidades especializadas como Draco/DF, Draco/MS, Delegacia Regional de Corumbá/MS, FICCOs da Bahia e do Rio Grande do Norte, FORCE, além do Exército Brasileiro.
A ação foi coordenada pela Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento às Organizações Criminosas (RENORCRIM).