A Polícia Federal abriu um inquérito, a pedido do Ministério Público Federal (MPF), para investigar se o empresário Nelson Tanure é o controlador de fato do Banco Master.
A aliança entre o empresário e Daniel Vorcaro, presidente do Master, caiu sob os holofotes do mercado ao longo dos últimos meses — e, por diversas vezes, os dois negaram que Tanure fosse sócio do banco.
No entanto, após denúncias da gestora de investimentos Esh Capital, a Polícia Federal agora apura um possível controle oculto da instituição financeira pelo empresário.
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O inquérito, aberto em 2024, aponta que Tanure teria usado uma complexa rede de empresas e fundos para adquirir o controle societário do banco.
Apesar de o Banco Master informar às autoridades que o grupo de controle é capitaneado por Daniel Vorcaro e pela 133 Investimentos, “há indícios de que Nelson Tanure seria o real controlador da referida instituição financeira, tendo se valido da Aventti, do fundo Estocolmo e da Banvox para adquirir o controle societário”, disse o MPF.
Além disso, segundo o MPF, há “indícios de crime, gestão temerária e indução ao erro de investidores” em relação à “irregularidade envolvendo a emissão de CDBs e escalada em ativos creditórios de precificação inconsistente pelo Banco Master”.
A investigação busca esclarecer se houve crimes contra o sistema financeiro nacional, uma vez que o controle ou administração de instituições financeiras exige autorização prévia do Banco Central.
O que diz a denúncia contra Nelson Tanure
A Esh Capital afirma que a estrutura usada por Tanure é montada justamente para ocultar sua participação e dificultar a identificação com clareza de sua relação com as empresas nas quais ele investe.
“O Banco Master tem como controlador direto, indireto e/ou de fato o Sr. Nelson Sequeiros Rodriguez Tanure, em que há a possibilidade de Nelson Tanure estar se valendo de complexa e dissimulada estrutura societária para capitalizar o Banco Master, sendo que tais agentes podem estar induzindo as autoridades fiscalizadores em erro, com a possível prática de crimes”, disse a gestora, na denúncia.
Essa estratégia seria baseada em fundos que aplicam em outros fundos ou empresas — e o beneficiário final só é revelado no caso de autoridades questionarem para que seja identificado.
O objetivo, segundo a denúncia, seria o controle indireto do Banco Master.
Não é a primeira vez que Tanure e a Esh se enfrentam publicamente. As disputas judiciais entre o empresário e Vladimir Timerman, sócio da Esh, começaram em 2022, envolvendo participações em empresas como Alliar e Gafisa.
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Procurado pelo Seu Dinheiro, Tanure afirmou que não comentará o assunto. Já o Banco Master não havia retornado o contato até o momento de publicação desta matéria.
Timerman, por sua vez, disse que não pode se manifestar sobre Tanure devido à decisão cautelar de censura prévia, mas negou ter procurado o Master.
“Falaram que eu procurei o banco para pedir benefícios em troca de não entrar com denúncias. Esse fato é completamente mentiroso. Nunca contatei o banco, nunca pedi nada para o banco ou seus sócios”, escreveu o sócio da Esh.
*Com informações do Estadão.
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