Uma das maiores casas de leilão do mundo, a Christie’s, finalizou nesta quarta-feira (5) o primeiro leilão exclusivo de artes feitas com inteligência artificial, após uma série de polêmicas.
O valor arrematado foi maior do que as projeções, provando que, por bem ou por mal, a IA invadiu até mesmo o mundo da arte de “alto calibre”.
Intitulado “Augmented Intelligence”, o leilão online entrou no ar no dia 20 de fevereiro e tinha perspectivas de arrecadar cerca de US$ 600 mil (R$ 3,4 milhões), sem contar as taxas. No entanto, a Christie’s divulgou que as 34 obras de arte somaram cerca de US$ 729 mil (R$ 4,2 milhões).
Outro dado também mostra uma aparente mudança de paradigma no mercado de arte: 48% dos compradores se identificaram como Millennials ou membros da geração Z; 37% estavam comprando pela primeira vez na casa.
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No começo de fevereiro, a instituição nova-iorquina recebeu uma carta aberta, assinada por mais de 6.400 artistas, pedindo o cancelamento do leilão “em respeito aos artistas humanos”.
“Muitas das obras de arte que vocês planejam leiloar foram criadas usando modelos de IA que foram treinados com obras protegidas por direitos autorais, sem licença. Esses modelos, e as empresas por trás deles, exploram artistas humanos, usando seu trabalho sem permissão ou pagamento para construir produtos comerciais de IA que competem com eles”, diz a carta.
As obras leiloadas pela Christie’s datavam desde os anos 1960, com os primeiros experimentos de arte e tecnologia do britânico Harold Cohen, até trabalhos contemporâneos. Além disso, estavam à venda também trabalhos de artistas da galeria de arte com IA da Nvidia.
Além de pinturas e arte impressa, o leilão também tinha artes interativas, em papel e até esculturas.
Obra de IA é vendida por R$ 1,6 milhão em Nova York
A obra de arte mais cara leiloada foi a Machine Hallucinations — ISS Dreams — A, criada em 2021 pelo artista turco-americano Refik Anadol. O valor foi de US$ 277,2 mil (R$ 1,6 milhão) com as taxas, superando os US$ 200 mil estimados.

Disponível tanto na versão física quanto em NFT, o quadro faz parte de uma série que pega imagens de satélite da Terra e as transforma em uma pintura de dados em movimento, impulsionada por IA, que é reproduzida em um loop de vídeo de 16 minutos.
Anadol, inclusive, tem planos de abrir o primeiro museu de artes de inteligência artificial em Los Angeles ainda este ano.
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Nas palavras de Nicole Sales Giles, diretora de arte digital da Christie’s, “a tecnologia de IA é indubitavelmente o futuro, e sua relação com a criatividade vai se tornar cada vez mais importante”.
A casa de leilões nova-iorquina é pioneira quando o assunto é arte digital e já realizou outras vendas de obras intrinsecamente ligadas à tecnologia.
* Com informações do The Art Newspaper e do Art News.
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