A XP (B3: XPBR31; Nasdaq: XP) está iniciando um novo capítulo na história, criando mais proximidade com os clientes, aperfeiçoando o trabalho dos assessores de investimentos e implementando novas estratégias de rentabilização.
E foi essa mudança de rota que injetou uma dose de otimismo no Itaú BBA. Os analistas colocaram a ação da XP nas top picks do setor financeiro não bancário, junto ao BTG (BPAC11) e com preferência sobre a B3 (B3SA3).
Com recomendação “outperform”, equivalente à compra, a instituição definiu o preço-alvo para a ação listada na Nasdaq em US$ 20 até o final de 2025. Atualmente, o papel negocia a aproximadamente US$ 15,33.
Aqui na bolsa brasileira, o BDR, sob o ticker XPBR31, está cotado a R$ 86,65, no fechamento desta terça-feira (18).
No momento, as ações da empresa têm sofrido na bolsa devido a acusações da Grizzly Research, uma casa de análises gringa especializada em recomendações de venda. Confira essa história por completo aqui.
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Embora não dependa da melhoria do cenário macroeconômico brasileiro para “parar de pé”, a tese de investimentos poderia ficar ainda mais atrativa, caso as condições melhorassem para a bolsa brasileira, reconhecem os analistas.
“Antecipamos uma valorização, resultante do crescimento dos lucros por meio de iniciativas internas e de uma percepção mais positiva dos investidores. Há, ainda, potencial para um aumento maior caso o mercado apresente melhora”, escrevem no relatório.
Os 3 pontos da estratégia da XP que ‘caíram no gosto’ do BBA
Depois de ter conquistado mais de 4,7 milhões de clientes e mais de R$ 1 trilhão em ativos de varejo sob custódia (AUC), a XP teve que começar a lidar com os problemas de quem é grande demais.
O crescimento acelerado e o ganho de escala criaram desafios no alinhamento de interesses com os assessores, na gestão de clientes e na formação de equipes, analisa o BBA.
Além disso, a concorrência começou a acelerar o passo para alcançar a XP nos diferenciais competitivos.
A nuvem carregada que envolveu a empresa ficou ainda mais densa diante das condições macroeconômicas adversas e do fraco desempenho dos clientes, o que levou à desaceleração da receita e do lucro.
Mas o sol ainda pode voltar a brilhar para a XP.
E, na visão do BBA, essa mudança de clima vai ser ocasionada por três fatores principais da nova estratégia da companhia:
- Estabelecimento de um canal de relacionamento direto com os clientes;
- Aprimoramento da relação com os assessores de investimentos independentes;
- Introdução de novos incentivos para monetização de clientes.
“Avaliamos esta estratégia positivamente, considerando os desafios de curto prazo como investimento para ganhos de médio prazo”, dizem os analistas.
O quanto o cenário macro desafiador pode pesar sobre a XP?
A XP tem um negócio “relevante e resiliente”, de acordo com o BBA, o que a coloca em uma posição forte para enfrentar o cenário de juros mais altos, que tipicamente atrapalha o mercado de capitais e faz os clientes ficarem mais hostis ao investimento em bolsa.
Atualmente, a XP tem 15% do mercado de investimentos de varejo, que é responsável por 75% das receitas totais.
“A capacidade de distribuição incomparável da XP também impulsionou o crescimento de suas capacidades no mercado de crédito e outros fluxos de receita, como crédito e seguros”, diz o Itaú BBA.
Em outras palavras, a empresa soube navegar em um contexto no qual os investidores estavam mais interessados na renda fixa.
Em 2024, a XP gerou receitas brutas de R$ 18 bilhões e lucros de R$ 4,5 bilhões. A margem líquida foi de 27% e o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), de 22,4%.
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