Entre altas e quedas nos últimos meses, o dólar despencou quase 9% frente ao real desde o início do ano. Saiu de R$ 6,20 em dezembro de 2024 para rondar agora a faixa dos R$ 5,60 a R$ 5,70. Com essa volatilidade na moeda, a XP Investimentos levantou quais ações brasileiras podem ganhar com o sobe e desce do câmbio.
Na visão dos analistas, o câmbio pode virar o jogo a qualquer momento e alterar a performance das ações de forma rápida e expressiva.
É por isso que é preciso estar preparado para jogar em ambos os cenários: de valorização do real ou de fortalecimento do dólar.
Diante disso, a XP realizou uma análise dos ativos em sua cobertura e selecionou duas cestas de ações para ajudar o investidor a se posicionar em diferentes cenários, repleta de ativos que possuem maior sensibilidade à taxa de câmbio.
- E MAIS: Com Selic a 14,75% ao ano, ‘é provável que tenhamos alcançado o fim do ciclo de alta dos juros’, defende analista – a era das vacas gordas na renda fixa vai acabar?
Onde investir na bolsa em meio à queda do dólar?
Em um cenário como o atual, de câmbio enfraquecido, a XP avalia que há oito ações listadas na B3 que podem performar bem com o dólar fraco.
A carteira reúne papéis que se beneficiam da moeda norte-americana em queda, com perfil doméstico e pouca (ou nenhuma) receita na moeda americana, mais atrelados à atividade econômica e ao ciclo de juros doméstico.
Entre eles, estão varejistas como a C&A (CEAB3), que já se valorizou 116,20% desde o começo do ano, e a Azzas 2154 (AZZA3), que acumula ganhos da ordem de 50% em 2025.
Só nesse grupo, a alta acumulada da carteira em 2025 beira os 43%, muito acima dos 15,7% do Ibovespa.
Confira a lista completa de ações para surfar a queda do dólar:
Cesta dólar fraco | | | | |
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
Copel | CPLE6 | Elétricas | 0,00% | 41,80% |
Cyrela | CYRE3 | Construção Civil | 0,00% | 61,60% |
Azzas 2154 | AZZA3 | Varejo | 11,00% | 48,40% |
Iguatemi | IGTI11 | Propriedades Comerciais | 0,00% | 31,30% |
C&A | CEAB3 | Varejo | 0,00% | 116,20% |
Rumo | RAIL3 | Transportes | 0,00% | 2,10% |
Copasa | CSMG3 | Saneamento | 0,00% | 14,40% |
Motiva (antiga CCR) | MOTV3 | Transportes | 0,00% | 34,50% |
Uma carteira de ações para faturar com a alta do dólar
Na avaliação da XP, também há um punhado de ações para investir e faturar em momentos de câmbio forte.
A segunda cesta feita pelos analistas lista sete empresas sensíveis a um dólar mais forte — aquelas que faturam pesado na moeda americana, mas têm custos em real ou outras moedas locais, e por isso sofrem com o câmbio desfavorável.
Não à toa, empresas ligadas à exportação dominam o portfólio. Nomes como BRF (BRFS3), Suzano (SUZB3), Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) compõem essa lista.
Veja a carteira completa:
Cesta dólar forte | | | | |
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Empresa | Ticker | Setor | % Receita em US$ | Retorno em 2025 |
BRF | BRFS3 | Alimentos & Bebidas | 47,30% | -18,10% |
Suzano | SUZB3 | Papel & Celulose | 79,20% | -13,10% |
JBS | JBSS3 | Alimentos & Bebidas | 74,00% | 12,00% |
Petrobras | PETR3 | Óleo, Gás e Petroquímicos | 100,00% | -11,40% |
Klabin | KLBN11 | Papel & Celulose | 34,70% | -14,40% |
Vale | VALE3 | Mineração & Siderurgia | 90,60% | 5,70% |
Gerdau | GGBR4 | Mineração & Siderurgia | 43,10% | -11,80% |
É preciso destacar que o desempenho desta cesta em 2025 é de uma média negativa de quase 7% no ano, reflexo do dólar mais fraco até então.
Por que o dólar caiu tanto em 2025?
O índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de outras moedas fortes, mostra uma desvalorização de 6,5% em 2025. Grande parte desse movimento aconteceu depois do “tarifaço” imposto pelo ex-presidente Donald Trump, que colocou fogo nas relações comerciais globais.
Em meio à crescente incerteza sobre os rumos da economia americana, o dólar, que é tradicionalmente visto como porto seguro para investidores em momentos de crise, vem perdendo força frente às principais moedas globais, mesmo diante de um ambiente de maior volatilidade nos mercados.
Isso é um contraste e tanto com o fim de 2024, quando o dólar subiu mais de 13% contra o real no quarto trimestre de 2024, puxado pelos temores em relação ao cenário fiscal no Brasil e a uma potencial desaceleração global, que aumentaram o apetite pela moeda americana.
*Com informações do Money Times.
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