O Irã tem poucas opções para responder com vigor aos ataques dos EUA às suas instalações nucleares e resolveu lançar mão da mais grave delas: o fechamento do Estreito de Ormuz — o que deve deixar os mercados (e o mundo) em um estado de alerta ainda maior.
O Estreito de Ormuz, localizado entre Omã e o Irã, é o corredor marítimo mais importante do mundo para o transporte de petróleo — as projeções da consultoria de energia Vortexa indicam que cerca de 20 milhões de barris de petróleo bruto, condensado e combustíveis passam pela região diariamente.
A via tem 33 quilômetros de largura por onde transitam navios vindos do Golfo Pérsico em direção do Mar Arábico — o trecho mais estreito tem apenas 3,2 quilômetros de largura, o que torna a passagem congestionada e perigosa.
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Portanto, um bloqueio dessa via pode pressionar os preços do petróleo e do gás no mercado internacional, além de provocar atrasos no abastecimento global dessas commodities.
Irã prepara fechamento do Estreito de Ormuz
O Parlamento do Irã aprovou neste domingo (21) uma medida que prevê o fechamento do Estreito de Ormuz como resposta aos ataques dos EUA contra instalações nucleares iranianas no dia anterior.
O anúncio, feito por meio de um veículo de imprensa local, diz que a decisão final, contudo, cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional, e ainda não foi informado um prazo para que ela seja tomada.
Em entrevista à Press TV, o general Esmaeil Kousari, integrante da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento, afirmou que os deputados iranianos concluíram “que o Estreito de Ormuz deve ser fechado, mas a decisão final a esse respeito cabe ao Conselho Supremo de Segurança Nacional”.
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Uma decisão sem precedentes
Nos últimos anos, o Irã já ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz em diversas ocasiões, mas nunca cumpriu a promessa.
Uma dessas vezes foi em 2019, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou-se do acordo nuclear firmado com o país.
Vale lembrar que os EUA são os responsáveis por proteger a navegação comercial no Estreito de Ormuz. A região é monitorada pela 5ª Frota da Marinha norte-americana, com base no Bahrein.
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