A chegada do CEO Elliot Hill à Nike em setembro de 2024 já sinalizava para as mudanças necessárias no caminho da companhia, que enfrentava problemas de vendas e de popularidade em anos recentes. Ainda assim, qual não foi a surpresa quando, na manhã desta terça-feira (18), a empresa anunciou sua nova colaboração com a SKIMS, poderosa marca de shapewear de Kim Kardashian?
Pois foi essa a notícia que arrebatou o universo do athleisure, a moda confortável que alia o atlético ao lazer: a criação da NikeSKIMS, “uma nova marca a partir dos dois maiores nomes do esporte e do estilo”.
Com uma coleção programada para ser lançada na primavera de 2025 e a expansão global prevista para 2026, a parceria chega em um momento estratégico para ambas as marcas.
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De um lado, a SKIMS continua sua expansão no setor de moda e lifestyle. De outro, a Nike busca retomar sua relevância no mercado sob a nova gestão e em uma época em que outras labels como a lulumemon e a Vuori oferecem uma visão diferente sobre o que se conhece como a moda esportiva.
“Nike e SKIMS compartilham um compromisso profundo com inovação, inclusão e superação de limites, impulsionados por uma crença inabalável no poder das mulheres”, afirmou Kardashian no anúncio oficial.
Os detalhes da colaboração ainda vão ser revelados, mas o que já se sabe é que não deve se resumir a apenas uma coleção, mas sim a uma união completa de esforços. Assim, entram em cena a expertise têxtil da Nike e as pesquisas do Nike Sport Research Lab aliadas à popularidade e ao conhecimento digital da label de Kim Kardashian.
Como destaque do anúncio, no entanto, já se sabe que a NikeSKIMS deverá contemplar o segmento de calçados, representando talvez a maior novidade para a SKIMS, que até agora não possui o produto em seu catálogo.
O esquema de NikeSKIMS
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Para a SKIMS, a parceria com a Nike chega como a sequência de uma série de avanços acertados sobre o sportswear. Desde sua criação em 2019, a marca já apresentou colaborações oficiais de roupas íntimas com a equipe olímpica dos Estados Unidos nos Jogos de 2020 em Tóquio, de 2024 e Paris, e também nas Olimpíadas de Inverno de Pequim, em 2022.
Mais recentemente, a marca apresentou uma collab com a The North Face, lançando versões repaginadas de peças clássicas em tons neutros. Acabou esgotando a coleção em minutos.
Já para a Nike, a expectativa é de um novo ciclo de crescimento. A parceria com a SKIMS pode ser um passo importante nessa retomada, apostando em inovação e em um público que valoriza performance e estética.
É também um passo adiante desde a volta de Elliot Hill, executivo com três décadas de experiência na Nike, agora no cargo de CEO, após uma passagem conturbada e decisões polêmicas de seu antecessor, John Donahue.
Acusado de frear a inovação da marca, Donahue acabou apostando no fortalecimento do e-commerce da Nike, enquanto buscava independência de varejistas. A estratégia acabou revelando-se falha e abrindo espaço para concorrentes.
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Entre o ex e o rival
Fica pela curiosidade o fato de que o anúncio da parceria entre Nike e Kim Kardashian chegue após um fim dramático da relação entre a Adidas, grande concorrente da Nike, e Kanye West, ou Ye, ex-marido de Kim Kardashian.
Por mais de uma década, Ye e a Adidas colaboraram de perto em uma parceria milionária, que rendeu a linha de tênis Yeezy.
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No entanto, em 2022, uma série de declarações polêmicas do rapper fez estacionar as vendas da Adidas, deixando a marca com um estoque avaliado em 1,2 bilhão de euros em vendas (R$ 7,7 bilhões no câmbio atual).
Em 2023, a Adidas acabaria registrando sua primeira perda líquida anual desde 1992 – na casa dos 58 milhões de euros. Desde então, a marca vem se recuperando — em parte pelo esforço do novo CEO, Bjørn Gulden, que precisou contornar a crise de marca causada pelo fim da parceria.
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