Um novo gigante acaba de surgir no mercado de proteínas — a partir da união outros dois grandes players do mercado brasileiro. A Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) anunciaram nesta quinta-feira (15) a fusão de seus negócios.
“A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo”, disse Marcos Molina, controlador e presidente dos conselhos de administração das duas companhias, em nota.
Anos após a tentativa de casamento entre as gigantes do setor de frigoríficos, em 2019, a nova combinação de negócios enfim saiu do papel.
A operação resultará no nascimento de uma nova companhia, batizada de MBRF.
A transação ainda deverá passar pela aprovação dos acionistas dos dois frigoríficos. As assembleias gerais extraordinárias (AGEs) das empresas para votação da proposta foram convocadas para 18 de junho.
Além disso, a fusão também está condicionada à ausência de eventos adversos relevantes que possam afetar a capacidade produtiva ou de comercialização da Marfrig e da BRF, como guerras e desastres naturais.
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Fusão entre gigantes: o que esperar da nova MBRF?
Depois de anos de discussão sobre uma eventual fusão entre as gigantes, a BRF e a Marfrig chegaram Pa conclusão de que “extraíram o máximo de sinergias possíveis até o momento”.
Agora, para avançar para uma nova etapa de capturas adicionais, a combinação de negócios é dita pelas administrações como essencial.
De acordo com as empresas, a operação consolida a nova companhia MBRF como uma das maiores empresas de alimentos do mundo, detentora de 38% do volume de vendas proveniente de produtos processados com alto valor agregado.
Combinadas, as empresas somam uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses, com presença em 117 países e com marcas como Sadia, Perdigão e Qualy figurando no portfólio.
Segundo as companhias, esse movimento “fortalece a presença global, potencializa sinergias estratégicas, operacionais e fiscais e solidifica a posição de liderança nos diversos mercados onde atuam, alavancando vantagens competitivas do negócio e gerando valor”.
Como ficam os investidores da Marfrig e da BRF?
A transação prevê a incorporação das ações da BRF (BRFS3) pela Marfrig. A relação de troca se dará da seguinte forma: 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida.
Com a fusão, a BRF passará a ser uma subsidiária integral da Marfrig, que seguirá listada no Novo Mercado, o mais elevado segmento de governança corporativa da B3.
As empresas ainda destacam que, como parte da negociação, os acionistas das duas companhias deverão ser beneficiados com um “expressivo pagamento de proventos“.
A BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em proventos, enquanto a Marfrig depositará R$ 2,5 bilhões na conta dos investidores.
“Mantendo a disciplina financeira e o nosso foco em valor agregado, estou certo de que estamos iniciando um novo capítulo de sucesso com a MBRF. Vamos seguir gerando ainda mais valor para os nossos acionistas”, disse Marcos Molina.
As sinergias da fusão entre BRF e Marfrig
A expectativa é que os custos totais da fusão girem em torno de R$ 24 milhões, considerando despesas com auditores, assessores legais e financeiros e outros gastos.
No entanto, nas contas das empresas, as sinergias resultantes da combinação de negócios entre a BRF e a Marfrig são projetadas em R$ 805 milhões por ano. Desse total, entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões estão previstos para os primeiros 12 meses e, o restante, no médio e longo prazo.
Considerando as receitas e custos, novas iniciativas de venda cruzada e sinergias na cadeia de suprimentos devem somar R$ 485 milhões por ano.
Além disso, as empresas projetam uma queda de despesas de R$ 320 milhões anuais, dadas as iniciativas de redução de custos como a unificação de estrutura comercial e logística, consolidação de um sistema operacional único e otimização da estrutura corporativa.
Outro ponto citado é a otimização fiscal para a MBRF, estimada em cerca de R$ 3 bilhões a valor presente, com aceleração da monetização de créditos tributários nas esferas federal e estadual.
A MBRF também destaca a oportunidade na América do Norte, citada como uma “possibilidade de redomiciliação”. “Isso traz vantagens significativas, como alta liquidez no mercado norte-americano, acesso a custos de capital mais atrativos e um potencial reavaliação dos múltiplos das empresas”, escreveu a empresa.
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