A Minerva (BEEF3) anunciou que reforçou seu balanço em R$ 1,71 bilhão após realizar um aumento de capital social durante o mês de maio.
A operação superou a meta mínima do frigorífico, que era de R$ 1 bilhão. Mas ficou um pouco abaixo do montante máximo, que era de R$ 2 bilhões.
Durante o período, foram emitidas e subscritas mais de 331 milhões de novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal. Os papéis foram vendidos a R$ 5,17 cada.
Segundo o aviso aos acionistas divulgado pela Minerva, o programa contou com a aquisição de cerca de 85,75% dos papéis disponíveis na emissão privada.
Os direitos restantes, de cerca de 55 milhões de ações — o que equivale a 14,25% da oferta — estão disponíveis a partir de desta terça-feira (3), para um período de subscrição adicional, que vai até a próxima segunda-feira (9).
Após o anúncio, as ações da Minerva operam em queda hoje. Por volta das 12h30, BEEF3 caía 0,19%, negociada a R$ 5,12.
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R$ 1,7 bilhão ainda é pouco?
Apesar de a companhia ter conseguido emplacar 86% da oferta, a XP Investimentos e o BTG Pactual esperavam mais.
Segundo a XP, a projeção era que a Minerva captasse os R$ 2 bilhões. Porém, os analistas afirmam que ainda há demanda suficiente para absorver as ações remanescentes não subscritas.
O BTG também afirmou ter ficado surpreso com a captação de R$ 1,7 bilhão.
Segundo o banco, embora as ações da Minerva estivessem sendo negociadas abaixo do preço de oferta de R$ 5,17 — o que, em circunstâncias normais, desincentivaria a subscrição —, o fato de cada direito exercido conceder meio warrant (BEEF11) “mais do que compensa essa diferença”, afirmam os analistas em relatório.
O BTG avalia que, para os papéis se tornarem pouco atraentes, precisariam cair para R$ 4,28 na bolsa, um patamar cerca de 16% abaixo dos níveis atuais.
Assim, o banco também espera que a maior parte dos direitos restantes seja exercida, aumentando os recursos do aumento de capital para perto do limite de R$ 2 bilhões.
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O peso do aumento de capital para a Minerva (BEEF3)
Com o anúncio da captação de R$ 1,7 bilhão, o frigorífico também revelou que US$ 240,1 milhões foram imediatamente alocados para repagar bonds (títulos de dívida emitidos no exterior) de alto custo com vencimento em 2028 e 2031.
Na avaliação do Citibank, a operação reduz significativamente a alavancagem e o risco financeiro da empresa. O banco estima que a alavancagem da companhia chegue a 3,2x até o final de 2026. Até então, a projeção era de 4,5x.
Além disso, os analistas afirmam que a captação vai gerar economias anuais de juros de aproximadamente R$ 263 milhões antes dos impostos. Após a tributação, o montante será de cerca de R$ 224 milhões.
Assim, embora haja uma diluição inicial do lucro por ação, o Citibank estima que o aumento na receita líquida gerado pelas economias de juros compense.
Apesar dos aspectos positivos do aumento de capital, o banco mantém recomendação neutra para BEEF3. Segundo os analistas, ainda é necessário ter sinais mais explícitos de melhorias operacionais.
“Dado o ciclo desafiador da pecuária brasileira e a integração contínua dos ativos adquiridos, seguimos aguardando sinais de melhorias operacionais mais claras”, afirmam em relatório.
Porém, o banco ressaltou que o balanço patrimonial da Minerva aumenta “notavelmente o apelo de investimento”.
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