Após o terremoto de magnitude 7,7 atingir Mianmar na madrugada de sexta-feira (28/3), moradores relatam que muitas pessoas ainda estão presas sob escombros em Mandalay, uma das cidades mais afetadas pelos tremores.
Segundo a imprensa local, algumas vítimas seguem soterradas mesmo após 30 horas do desastre. Moradores denunciam que os esforços de resgate são insuficientes para lidar com a demanda. Os locais onde as pessoas estariam presas seriam prédios e casas.
Equipes de resgate afirmam que estão sobrecarregadas e estimam que o número de mortos em Mandalay possa chegar a 1.500.
De acordo com o governo de Mianmar, 1.644 pessoas já foram confirmadas mortas e 3.408 ficaram feridas, sendo a maioria em Mandalay.
Os feridos estão sendo levados para o Hospital Geral Pytin Oo Lwin, já que a via expressa que liga à maior cidade do país, Yangon, sofreu danos estruturais e não pode ser utilizada.
Para atender os feridos, o governo montou hospitais temporários no aeroporto. Não há informações atualizadas sobre o número de desaparecidos.
Emergência e impactos do terremoto
O tremor destruiu prédios, derrubou pontes e danificou estradas em diversas regiões de Mianmar, com danos graves em Mandalay. Segundo o jornal britânico The Guardian, o governo declarou estado de emergência nas seis regiões mais afetadas. Em Naypyidaw, capital do país, médicos precisaram atender feridos ao ar livre devido à superlotação hospitalar.
Na Tailândia, país vizinho que também sentiu os tremores, autoridades de Bangkok confirmaram seis mortes, 26 feridos e 47 desaparecidos. A maioria das vítimas estava em um canteiro de obras próximo ao popular mercado Chatuchak, onde um edifício alto desabou. Declarações anteriores indicavam 10 mortos e cerca de 100 desaparecidos.
Risco de liquefação do solo
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) alertou, nesta sexta-feira (28/3), para o risco de liquefação do solo em áreas de Mianmar após o terremoto. O fenômeno pode atingir regiões onde vivem mais de 1 milhão de pessoas.
A liquefação ocorre quando o solo, saturado de água, perde sua resistência e passa a se comportar como um líquido. Esse processo pode agravar os danos e dificultar ainda mais as operações de resgate no país.