A autoria Maria Adelaide Amaral, criadora de novelas e séries de sucesso da TV Globo como Anjo Mau (1997), A Muralha (2000), Os Maias (2001) e Ti Ti Ti (2010), abriu o coração e criticou a atual qualidade das produções da emissora. Fora do canal desde 2022, ela criticou as demissões de artistas veteranos e citou a nova versão de Vale Tudo. “As pessoas não têm a mesma competência”, disse.
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Qualidade decaiu!
Nos últimos anos, a TV Globo vem perdendo atores e autores renomados. O caso mais recente foi de Glória Perez, que deixou o canal após ter a sinopse de uma novela rejeitada pela direção da emissora. Em entrevista ao site NaTelinha, Maria Adelaide afirmou que isso afetou a qualidade dos projetos mais recentes do canal.
“Acho que o produto técnico da Globo decaiu muito em função dessas demissões”, apontou a autora. “Essas pessoas fazem falta não só pelo que eram, mas pelo que ensinavam às novas gerações, aos aprendizes. O ‘padrão Globo de qualidade’ mandou lembranças!”, detonou a autora.
Em seguida, ela comentou sobre o remake de Vale Tudo, escrito por Manuela Dias. “Compara Vale Tudo de hoje com Vale Tudo de 1988… Você percebe a diferença na direção. As pessoas não têm a mesma competência. Na luz, na qualidade dos cenários, que são precários. Antes, você tinha grandes cenógrafos, diretores de arte e figurinistas trabalhando ali. Foi uma escolha muito ruim da Globo ter se livrado de tanta gente necessária”, sacramentou.
Cauã Reymond e Bella Campos em Vale Tudo
Fábio Rocha/Globo
Ivan (Renato Góes) e Raquel (Taís Araujo) em Vale Tudo
Globo/ Manoella Mello
Debora Bloch como Odete Roitman
Reprodução.
A autora Maria Adelaide Amaral
Reprodução
Taís Araújo.
Divulgação/Globo
Solange (Alice Wegmann) e Afonso (Humberto Carrão) em Vale Tudo
Globo/ Manoella Mello
Negou retorno
Ciente desse tipo de problema, a Globo tem convocado veteranos demitidos para voltar à emissora. É o caso de Aguinaldo Silva, que deixou a empresa em 2020. Ele retorna ao horário nobre com a novela Três Graças, que vai substituir Vale Tudo. Questionada se voltaria a escrever novelas, Maria Adelaide Amaral negou essa possibilidade.
“Que bom que eu estou longe! Já dei minha contribuição para a televisão. Foram 32 anos na Globo. Foi ótimo enquanto durou. Agradeço muitíssimo sob todos os pontos de vista, não só pelas obras que pude escrever, mas pelo fato de ter sido reconhecida e bem paga”, afirmou.
A autora garantiu que fez uma “poupança para a velhice” para se manter mesmo fora da emissora. “Hoje, tenho um conforto e uma dignidade porque fui muito bem paga e fiz uma poupança para a minha velhice. Isso é importante, porque precisamos de dinheiro pelo menos para pagar um bom plano de saúde. Sou muito grata, mas as fases, os ciclos, se encerram. Dei minha contribuição à Globo e ela retribuiu generosamente”, reforçou.