As ações da Marcopolo (POMO4) se destacam na ponta negativa do Ibovespa nesta terça-feira (25), enquanto os investidores digerem o balanço do quarto trimestre de 2024.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 461,4 milhões no quarto trimestre, crescimento de 60,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já o lucro líquido teve uma alta de 17% de um ano para o outro, atingindo R$ 318,8 milhões no trimestre.
Acontece que, apesar das altas na comparação anual, as cifras foram menores do que as projetadas pela maioria dos analistas, que esperavam lucro líquido de R$ 331,8 milhões e Ebitda de R$ 468 milhões para a Marcopolo no período.
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Como reação do mercado, POMO4 cai 5,10%, a R$ 7,63, por volta das 14h.
Apesar da escalada da Selic, a companhia registrou uma expansão de mais de 60% no resultado operacional na comparação anual, em meio a uma retomada do mercado de transporte no país.
O que os analistas dizem sobre Marcopolo
Equipe de analistas do BTG Pactual, liderada por Fernanda Recchia, veem uma receita forte no quarto trimestre, mas pontuam que as margens decepcionaram.
Os analistas destacam que o resultado financeiro foi negativamente afetado em R$ 50 milhões devido a uma variação cambial relacionada à desvalorização do real. A Marcopolo explicou que faz hedge cambial das exportações no momento da confirmação dos pedidos, garantindo a margem do negócio.
“À medida que os produtos são vendidos e faturados, o impacto da valorização ou desvalorização do real é refletido nas margens operacionais, ou no resultado financeiro”, pontua o BTG.
Para o BTG, o desempenho da Marcopolo no quarto trimestre mostrou um crescimento robusto da receita líquida, com alguma pressão sobre as margens, mas ainda acima dos níveis históricos, destacando os efeitos positivos dos esforços de reestruturação.
“Acreditamos que as condições estão postas para uma melhora gradual das margens em 2025. A carteira de pedidos permaneceu robusta nos modelos fretados e carrocerias pesadas, com a demanda por produtos de maior valor sustentando o crescimento”.
O BTG reitera a recomendação de compra para a companhia, com preço-alvo de R$ 13,00, e considera POMO4 uma das top picks.
O Itaú BBA coloca que a receita bruta e Ebitda vieram superior ao esperado, contudo, acabaram ofuscadas por uma perda de lucratividade.
“Se não fosse pelo forte posicionamento de compra nas ações, teríamos visto os resultados do 4T24 da Marcopolo como positivos”, diz o analista Gabriel Rezende e equipe.
Os analistas destacam que os comentários da administração no relatório de resultados continuam indicando que a demanda não está diminuindo e o backlog (pedidos confirmados) continua forte, com tendências operacionais melhorando, principalmente no exterior, o que sustenta a visão positiva da casa sobre as ações.
O BBA tem classificação “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para Marcopolo, com preço-alvo de R$ 10,50.
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4T24 da companhia
A empresa teve receita líquida de R$ 2,7 bilhões no último trimestre de 2024, crescimento de 30,1% sobre um ano antes. A expectativa média do mercado indicava um faturamento para o período de R$ 2,54 bilhões, segundo a LSEG.
A companhia, que é a maior montadora de carrocerias de ônibus da América Latina, tem operações nos Estados Unidos, Canadá, África, Austrália e China.
“A gradual recuperação do mercado brasileiro de ônibus, após uma década marcada pela inconsistência e renovação inferior à necessária para renovação das frotas, projeta volumes crescentes também para 2025, mesmo em um cenário de altas taxas de juros”, afirmou a Marcopolo no balanço.
Segundo a empresa, a perspectiva decorre em parte de entregas menores que as previstas em 2024 de veículos em segmentos como elétricos e para atender o programa federal Caminho da Escola.
Somente no programa de transporte escolar, a Marcopolo projeta entregas de 5.189 ônibus em 2025 e 2026, diante de prorrogação de licitação de 2023 por mais um ano. Em 2024, a empresa entregou para o Caminho da Escola 2.531 veículos.
*Com informações do Money Times.
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