Um jovem de 21 anos sofreu uma grave lesão nos rins após um treino intenso de pernas. O episódio foi relatado em um estudo de caso publicado na revista Medicine por médicos e pesquisadores da China.
O rapaz, que não teve o nome identificado por sigilo médico, chegou ao pronto-socorro com dores intensas nas pernas e urina com sangue, sintomas que começaram cerca de dois dias após o treino. Ele relatou não ter histórico de problemas de saúde e afirmou que as dores surgiram após a sessão intensa na academia.
Exames laboratoriais indicaram um aumento significativo nos níveis de creatinina e ureia, sinais de comprometimento da função renal. O diagnóstico foi rabdomiólise induzida pelo exercício físico, uma condição em que a degradação das fibras musculares libera substâncias tóxicas na corrente sanguínea, podendo levar à falência dos rins.
O paciente foi tratado com hidratação contínua e, após pouco mais de uma semana internado, teve alta para continuar a recuperação em casa. Ele não precisou passar por diálise, mas os médicos alertaram que a recuperação completa da função renal pode levar até um ano.
O que é a rabdomiólise?
Segundo o Manual MSD, a rabdomiólise ocorre quando fibras musculares danificadas por esforço extremo, lesão ou substâncias tóxicas se rompem e liberam seu conteúdo na corrente sanguínea. Essa condição grave pode levar à insuficiência renal aguda.
As causas mais comuns incluem lesões musculares, uso de certas medicações e infecções. Fatores menos frequentes envolvem desequilíbrios eletrolíticos, distúrbios genéticos, elevação exacerbada de temperatura corporal e exercícios físicos excessivos, como o que ocorreu com o paciente do estudo.
Os principais sinais incluem dor muscular intensa, fraqueza e urina escura, de cor marrom-avermelhada. No entanto, nem todos os pacientes apresentam todos os sintomas.
No estudo de caso, os médicos destacaram a importância do diagnóstico precoce para evitar complicações mais graves.
“Os exercícios físicos são uma tendência global, e qualquer pessoa que pratique esportes pode desenvolver a doença. Para melhorar o prognóstico, esperamos que haja um consenso maior no diagnóstico e um sistema de prevenção mais eficaz para casos de lesão renal”, escreveram os pesquisadores no artigo publicado em 2019.
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