Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, reuniu-se na tarde de ontem (1º) com Joesley Batista, da J&F Investimentos. O encontro contou ainda com a participação de dois diretores do BC: Ailton Aquino, de fiscalização, e Gilney Vivan, de regulação.
Segundo apuração do Valor Econômico, o motivo do encontro seria o interesse de Joesley em adquirir ativos do Banco Master — mais especificamente o Credcesta e a carteira de precatórios do banco — e do patrimônio pessoal de seu CEO, Daniel Vorcaro.
Fontes próximas à negociação revelam que a proposta de aquisição dos ativos do Master seria concretizada via PicPay ou Banco Original, ativos financeiros do grupo J&F. Além disso, a transação possibilitaria cobrir parcialmente os passivos do banco que não são assegurados pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), a exemplo das carteiras de títulos adquiridas por fundos de pensão públicos.
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O encontro de Joesley com Galípolo acontece um dia após o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) protocolar um pedido de suspensão da proposta de compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB).
Em março deste ano, o BRB revelou a intenção de adquirir o Banco Master por R$ 2 bilhões. A proposta prevê que o BRB detenha 58% do capital total e 49% das ações ordinárias do Master. A concretização da operação está sujeita à aprovação do Banco Central.
Na ação civil pública, os promotores afirmam que a deliberação do Conselho de Administração do BRB que aprovou a compra sequer mencionou a operação com o Banco Master. Além disso, a decisão não foi tomada pela assembleia de acionistas.
O imbróglio Master
A proposta do Banco de Brasília (BRB) de comprar o controle do Banco Master chamou a atenção para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade que protege os depósitos de clientes em caso de falência ou intervenção de instituições financeiras, cobrindo valores até R$ 250 mil por CPF e por instituição.
A operação foi vista pelo mercado como um resgate, já que o Master é conhecido por oferecer CDBs com taxas acima da média, amparado pela cobertura do FGC. Em março, o banco somava R$ 52 bilhões em CDBs, sendo que R$ 16 bilhões vencem ainda em 2025.
Porém, o banco pode não ter caixa suficiente para honrar esses compromissos, pois seus ativos estão em investimentos de longo prazo. Existe, portanto, o risco de acionar o FGC.
Na proposta do BRB, apenas metade da dívida em CDBs será absorvida — os títulos emitidos pelas subsidiárias Banco Master de Investimentos e Voiter ficaram fora do acordo.
Além da J&F, o BTG Pactual, de André Esteves, também teria manifestado interesse pelos ativos menos líquidos do Master, como precatórios, direitos creditórios judiciais e participações em empresas, os quais não entrariam na venda para o BRB.
*Com informações da Agência Brasil
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