Aos 14 e 15 anos, duas irmãs paulistas estão entre as 100 crianças e adolescentes mais talentosas do mundo. As cientistas mirins Isabela e Beatriz Toassa, respectivamente, foram selecionadas na categoria de educação para receber o prestigiado Global Child Prodigy Awards, em cerimônia que ocorrerá em Londres, no Reino Unido, em 26 de junho.
Conhecidas como a Dupla Big Bang, elas produzem conteúdos nas redes sociais com experimentos e descobertas. Anteriormente, foram aceitas na Academia Brasileira de Jovens Cientistas. Também foram declaradas embaixadoras do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e cientistas cidadãs da Nasa.
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Isabela (à esquerda) tem 14 anos. Beatriz (à direita) tem 15
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As cientistas mirins são incentivadas pela mãe, Stefanie
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Elas foram selecionadas na categoria de educação para receber o prestigiado Global Child Prodigy Awards
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A cerimônia ocorrerá em Londres, no Reino Unido, em 26 de junho
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Cientistas mirins
Desde crianças, Isabela e Beatriz sempre foram muito curiosas, como conta a mãe, a servidora pública Stefanie Toassa. “Elas eram muito pequenas, e foi uma coisa inata, no sentido de interesse, não de superhabilidades, nada disso. Elas me traziam ‘ah, mãe, por que isso funciona assim?’. Então, eu sempre fui muito explicativa, até hoje a regra com elas não é ‘é porque é’, aí eu explico.”
Na escola, a partir do incentivo de uma professora em comum, as irmãs passaram a se interessar cada vez mais por ciências. Em aulas, no contraturno, começaram a estudar astronomia. No entanto, a virada de chave foi a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Quando participaram pela primeira vez, acabaram não se classificando.
No entanto, a frustração virou um impulso para que a família adotasse uma estratégia. “A nossa mãe imprimia as provas dos anos anteriores, aí a gente chegava da escola e estudava. A gente conquistou a nossa primeira medalha, e foi uma medalha de ouro. A gente ficou muito feliz de perceber que o nosso nosso esforço, que a gente tinha estudado aquele ano inteiro, valeu a pena”, celebra Isabela.
Ao longo dos anos, a dupla acumulou medalhas em olimpíadas de astronomia, robótica e ciências. Entre as condecorações já recebidas, estão o International Start Kids Awards e o Prêmio Mude o Mundo como uma Menina.
Atualmente, as irmãs promovem a democratização da ciência em escolas públicas, principalmente em regiões periféricas, por meio de projetos que oferecem oficinas e atividades para inspirar outras crianças.
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Prêmio em Londres
Na capital britânica, o Global Child Prodigy Awards será entregue a Isabela e Beatriz pelo astrofísico e cosmologista George Fitzgerald Smoot. Doutor em física, ele ganhou o Nobel, em 2006.
As comemorações das cientistas mirins estão a todo vapor. “Para mim, a ficha ainda não caiu. É muito curioso, 8 bilhões de pessoas no mundo, só 100 crianças ganharem um prêmio e duas delas somos nós”, reconhece Isabela. “É muito gratificante saber que todo esforço, que a gente se empenhou, desde o meio de 2021, agora está valendo a pena, e já veio valendo a pena nesses últimos anos, mas agora eu acho que foi um boom”, analisa.
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Isabela e Beatriz são criadoras de conteúdo
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Nos vídeos, as cientistas mirins dão dicas de ciência e desvendam “mistérios”
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Isabela quer estudar arquitetura e/ou engenharia
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Beatriz Toassa pretende ser médica
Criadoras de conteúdo: Dupla Big Bang
A Dupla Big Bang conquistou notoriedade nas redes sociais. Em vídeos publicados nas plataformas, Isabela e Beatriz realizam experimentos, testam curiosidades e decifram “mistérios” com direito a explicações científicas.
“A nossa família sempre apoiou muito a gente. Depois que a gente percebeu que tinha as oportunidades que muitas crianças não têm, a gente resolveu começar a divulgar a ciência. Então, o nosso canal [no YouTube] é um incentivo”, avalia Isabela. “A gente falava um pouco sobre astronomia, sobre os planetas, curiosidades”, detalha. Beatriz completa: “De pouco em pouco, a gente foi mudando o foco; foi só astronomia, depois a gente começou a fazer experimentos, com coisas que tem em casa, e aí a gente mudou totalmente para a ciência.”
Com cerca de 250 mil seguidores, as meninas criam os roteiros com a ajuda de Stefanie. “Ser diferente dá trabalho. Todo mundo é igual porque todo mundo faz as mesmas coisas. Então, se você quer que o seu filho se destaque, você tem que dar mais para ele do que você já dá. É preciso racionalizar”, recomenda a mãe.
Com um futuro claramente promissor à vista, as irmãs não pretendem parar de estudar. Isabela quer fazer faculdade e depois abrir uma empresa de arquitetura e engenharia. Beatriz almeja se especializar em medicina neonatal, área que se dedica aos cuidados de recém-nascidos.