Mesmo com uma decisão da Justiça e com relatório médico que comprova a urgência do caso, o pequeno Rhavi Lucca Alves de Oliveira, de 1 ano e 10 meses, segue internado e intubado no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), à espera de um leito de UTI pediátrica. A criança deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho na terça-feira (8/4) com um quadro de asma e dificuldade respiratória. Após exames, foi diagnosticada com pneumonia e seu estado de saúde se agravou nas horas seguintes.
Diante da piora, a equipe médica optou por intubá-lo antes da transferência para o HRS, na manhã dessa quarta, a fim de evitar o risco de uma parada cardíaca. Já no hospital, os profissionais reforçaram a necessidade urgente da transferência para uma unidade de terapia intensiva, devido à gravidade do quadro. No entanto, segundo a mãe, Luma da Silva Oliveira, 24, a família enfrenta dificuldades para conseguir uma vaga, mesmo após acionar a Justiça.
A mãe de Rhavi, que é moradora de Planaltina (DF), relata o desespero vivido pela família. “Temos o relatório médico, temos a decisão do juiz determinando a transferência, mas ninguém encontra vaga. Já entraram em contato com vários hospitais e a resposta é sempre a mesma: não tem UTI disponível. Enquanto isso, meu filho segue intubado, sem o suporte adequado”, desabafa Luma.
Veja vídeo de Rhavi intubado no Hospital Regional de Sobradinho:
Em meio à angústia, a jovem mãe faz um apelo. “É desesperador ver meu filho assim, intubado, sedado, e saber que tudo que precisa para ter uma chance de melhorar está travado por falta de vaga. Já fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, temos laudo médico, temos decisão da Justiça, só falta o governo agir. A vida dele está em risco”, afirma a mãe.
Veja fotos de Rhavi Lucca:
Procuradas pela reportagem para comentar o caso e esclarecer a demora na liberação do leito, tanto a Secretaria de Saúde do Distrito Federal quanto a assessoria do Governo do DF enviaram a mesma nota oficial:
“A Secretaria de Saúde informa que os pacientes que aguardam por leito de UTI são regulados conforme gravidade do quadro de saúde. A classificação prioriza os casos mais graves e os judicializados. A transferência para o leito é realizada mediante vaga disponibilizada. A vacância dos leitos ocorre mediante alta (por melhora clínica, óbito ou transferência de estabelecimento de saúde) dos pacientes que já os ocupavam previamente.
Enquanto aguardam essa disponibilidade, os pacientes seguem assistidos pela equipe médica do hospital em que estão internados. A pasta esclarece que, em função da legislação sobre sigilo de prontuário, não pode fornecer informações sobre os pacientes atendidos na rede pública de saúde. Essa medida, que resguarda o paciente e a equipe profissional, tem amparo no Código de Ética Médica, Capítulo IX, Artigo 75, que veda ao médico ‘fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente”.