Nesta sexta-feira (25/4), a deputada federal pelo Distrito Federal Erika Kokay (PT) teceu críticas às tentativas de alguns parlamentares de pautar o projeto de lei (PL) que pode anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023. Em entrevista à Rádio Metrópoles, Erika afirmou que há pautas mais importantes para tratar na Câmara dos Deputados.
Na quinta-feira (24/4), o presidente da Casa Hugo Motta (Republicanos-PB) e outros líderes decidiram que a proposta não avançará dentro do Legislativo neste momento. “É inadmissível que tenhamos um grupo de parlamentares acham que é a prioridade do país e que querem barrar o funcionamento da Câmara Federal para impor uma anistia”, frisou a petista, que está no quarto mandato na Câmara Federal.
Confira a entrevista
“A sociedade tem uma pauta para o bem viver, para que se possa reconstruir o Brasil, que sai muito abalado das ações do último governo. Isso significa sem anistia para golpista”, completou.
Durante a conversa, Kokay apresentou descontentamento à atual situação da saúde pública na capital da República. A parlamentar frisou que o DF deveria ser referência em diversos tratamentos e comentou os planos futuros do partido para a cidade. “Brasília não pode ser o local do país onde mais se espera para termos acesso a uma consulta. Não pode ser o local com a menor cobertura de saúde mental, de saúde bucal do país”.
Senado e eleições
Pré-candidata ao Senado no ano que vem, a petista defendeu que pretende manter a candidatura. Em relação à forma como o PT está posicionado em Brasília e possíveis candidatos ao governo local, Kokay afirmou que os esforços, no momento, estão voltados para construções de alianças com outros partidos.
“Estamos falando do maior partido do DF. Tivemos, na última eleição, uma candidatura da nossa federação, que foi a do Leandro Grass. E quase foi para o segundo turno com toda uma estrutura que estava posta, de utilização da máquina, como toda uma estrutura para impedir que houvesse uma diversidade na representação política. Então, eu tenho absoluta convicção de que Brasília vai responder nas próximas eleições mostrando que nós precisamos de alguém que ame o DF”.
“Nós vivenciamos uma captura da política pela extrema direita. É preciso resgatar a política como instrumento da própria sociedade. Estamos buscando, com vários partidos, a construção de um campo com aliança”, disse deputada.
Kokay ainda criticou a polarização política vivida no país. “Estou no meu quatro mandato como deputada federal e nunca vi na câmara federal um processo de destruição da política como construção de sínteses. Não há debate. A construção de ideias precisa retornar”, disse.