Depois de uma forte arrancada em 2025, a XP Investimentos vê espaço para uma correção da bolsa brasileira no curto prazo. Mas, para os próximos meses, os analistas ainda veem boas razões para manter o pé firme no mercado de ações brasileiro.
Após uma revisão de cenário, os estrategistas revisaram o valor justo para o Ibovespa para 150 mil pontos ao fim de 2025, uma leve alta frente à projeção anterior, de 149 mil pontos.
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Na avaliação da XP, o valuation da bolsa permanece atrativo, atualmente negociado a um múltiplo de 7,9 vezes a relação entre preço e lucro.
Apesar do otimismo estrutural, a corretora alerta para sinais técnicos e fundamentos que podem indicar uma pausa ou realização nos próximos meses.
Por que uma correção da bolsa brasileira pode estar no radar?
A XP continua otimista com a bolsa brasileira no médio prazo. Mas, para o curto prazo, as perspectivas são menos construtivas, já que alguns fatores poderiam levar a uma correção após a forte alta do Ibovespa.
Para os analistas, como o prêmio de risco de ações — o valor das ações em relação ao juro real das NTN-Bs (Tesouro IPCA+, título público corrigido pela inflação) — caiu para os níveis mais baixos desde 2021, a atratividade relativa do Ibovespa diminui frente aos juros reais.
Outro ponto que sustenta a tese da XP de uma correção da bolsa no curto prazo é a piora da dinâmica de lucros, puxada especialmente por empresas ligadas a commodities.
Além disso, há uma forte dependência dos investidores estrangeiros, que lideram os aportes com R$ 22,1 bilhões em 2025, mas deixam o mercado mais vulnerável a saídas rápidas.
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E por que ainda vale manter a aposta em ações?
Apesar das nuvens de curto prazo, a XP reforça que a tese estrutural segue favorável para a bolsa brasileira, com cinco pilares principais sustentando a visão positiva:
- Valuation atrativo, com a bolsa sendo negociada a um múltiplo de 7,9 vezes o lucro esperado, bem abaixo da média histórica;
- Reformas estruturais em curso, que podem destravar valor e impulsionar a confiança;
- Demografia, que representa oportunidades para os setores de saúde e financeiro;
- Brasil como superpotência em commodities, com potencial de longo prazo para atrair capital global;
- Rápida digitalização e adoção de tecnologia, com potencial de ganhos de produtividade por meio da inteligência artificial e automação.
Onde investir na bolsa brasileira?
Com o forte rali no primeiro semestre, a XP decidiu ajustar o perfil de risco de suas carteiras recomendadas para reduzir o “beta” — a sensibilidade a mudanças de mercado — e introduzir um foco maior em empresas de qualidade e baixa alavancagem.
Na carteira “Top Ações”, os analistas anunciaram a entrada das ações da Prio (PRIO3) e o aumento de peso em Copel (CPLE6), Motiva (MOTV3, ex-CCR) e Eletrobras (ELET3).
Já as ações do Banco do Brasil (BBAS3), BRF (BRFS3) e Cyrela (CYRE3) perderam espaço no portfólio.
Por sua vez, na carteira de “top dividendos”, a Energisa (ENGI11) estreou no portfólio, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) ganhou espaço. Por sua vez, o BB (BBAS3) e a B3 (B3SA3) foram reduzidos.
Enquanto isso, no portfólio das pequenas notáveis da bolsa, a PetroReconcavo (RECV3) e a Marcopolo (POMO4) ganharam força na carteira de small caps. Na ponta contrária, as posições em C&A (CEAB3), Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3) encolheram.
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