Criar expectativas é humano. Controlá-las ou mitigar o impacto delas sobre nossas vidas exige um esforço muitas vezes sobre-humano.
Zerar as expectativas é missão para pessoas mais evoluídas e monges em geral.
Exagerar nas expectativas é uma receita certa para a frustração — não sem antes passar pela ansiedade, considerada um dos males do nosso século.
Como em quase tudo na vida, o segredo está no equilíbrio. É importante que o resultado esperado seja pautado pela realidade. Tudo é possível, mas nem tudo é provável.
Antes que comece a passar outra impressão, a ideia aqui não é desenvolver um manual de autoajuda.
No mercado financeiro, os preços dos ativos refletem mais as expectativas futuras dos investidores do que o momento atual.
Tanto é assim que divulgações de resultados financeiros e indicadores econômicos costumam ser antecedidas por projeções.
Nas últimas semanas, chamou a atenção a reação do mercado ao pacote fiscal divulgado pelo governo. Em economês, a proposta “frustrou as expectativas”.
Em meio à reação dos investidores, o Ibovespa firmou-se abaixo dos 130 mil pontos, o dólar passou dos R$ 6 pela primeira vez na história e os juros projetados na curva futura dos DIs passaram dos 14% no ano que vem e chegaram aos 15% em 2026.
Numa situação assim, o que fazer com seus investimentos diante do pessimismo do mercado brasileiro?
A resposta a essa pergunta está na reportagem especial assinada pela Julia Wiltgen.
Enquanto isso, os investidores aguardam a divulgação do IPCA de novembro.
A expectativa dos analistas (olha ela aí de novo) é de desaceleração de 0,56% para 0,36% na comparação mensal e de aceleração de 4,76% para 4,84% na inflação acumulada em 12 meses.
Também começa nesta terça-feira a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de 2024. O resultado será conhecido amanhã. A única certa é de que os juros vão subir. Mais. Resta saber quanto.
Na coluna de hoje, o Matheus Spiess explica por que, quando a âncora fiscal falha, a âncora monetária precisa ser acionada com mais força.
Em tempo, a equipe do Seu Dinheiro está acompanhando a cirurgia de emergência à qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido na madrugada desta terça-feira.
Uma entrevista coletiva foi convocada para às 9h pelos médicos do Hospital Sírio-Libanês.
O que você precisa saber hoje
‘SURFANDO’ A SELIC
Esta exportadora já saltou quase 50% em 2024 e, na visão dos analistas do BTG Pactual, tende a se beneficiar do dólar nas alturas tanto por meio da valorização na bolsa quanto pelo pagamento de dividendos atrativos.
O EFEITO DO MACRO
Apostas em alta de 1 ponto na Selic dominam mercado de opções da B3 e taxas de Tesouro IPCA+ voltam a superar os 7% antes do Copom. Vale relembrar que, até a semana passada, a aposta dominante já era de que o Copom acelerasse o ritmo de aperto, mas para 0,75 ponto percentual.
ONDE INVESTIR
Até 9% acima da inflação e isento de IR: onde investir para aproveitar as altas taxas de juros da renda fixa em dezembro. BTG e Itaú BBA indicam títulos do Tesouro Direto e papéis de crédito privado incentivados com rentabilidades gordas em cenário de juros elevados no mercado.
AINDA VALE A PENA
Petrobras (PETR4) acena com dividendos fartos e Goldman Sachs diz que é hora de comprar. Nos cálculos do banco, o dividend yield (retorno de dividendos) da petroleira deve chegar a 14% em 2025 e a 12% para os próximos três anos.
NOVA MÁXIMA HISTÓRICA
Dólar volta a quebrar recorde e fecha no patamar de R$ 6,08, enquanto Ibovespa sobe 1% na esteira de Vale (VALE3). A moeda chegou a recuar mais cedo, mas inverteu o sinal próximo ao final de sessão em meio à escalada dos juros futuros por aqui e dos yields nos Estados Unidos.
EXPECTATIVAS DESANCORADAS
Um alerta para Galípolo: Focus traz inflação de 2025 acima do teto da meta pela primeira vez e eleva projeções para a Selic e o dólar até 2027. Se as projeções se confirmarem, um dos primeiros atos de Galípolo à frente do BC será a publicação de uma carta pública para explicar o estouro do teto da meta.
CÂMBIO FAVORÁVEL
BB-BI eleva recomendação para as ações da BRF (BRFS3) e estima novo preço-alvo para 2025; veja o que está por trás do otimismo com o frigorífico. De acordo com os analistas, o papel pode chegar a R$ 33 em 2025, ante a projeção anterior de R$ 27; companhia é uma das beneficiadas pela alta do dólar.
NEGOCIAÇÃO COM CREDORES
Ação da Azul (AZUL4) sobe com expectativa de receber US$ 500 milhões em financiamento em janeiro; aérea também prevê oferta de ações milionária. Empresa concluiu discussões sobre o acordo com credores — em etapa que pode garantir o acesso da companhia a mais de R$ 3 bilhões em financiamento já no mês que vem.
COMPRAR OU VENDER
BB-BI eleva preço-alvo da Direcional (DIRR3) após balanço forte no 3T24 e cenário favorável do Minha Casa Minha Vida. Os analistas consideraram novos indicadores macroeconômicos e os resultados operacionais da Direcional no terceiro trimestre de 2024, e agora veem potencial de valorização de mais de 25% no preço das ações.
MUDANÇAS EM MATD3
Mater Dei (MATD3) quer ‘valer mais’: empresa cancela ações em tesouraria e aprova novo programa de recompra. Empresa visa “maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital”.
MUDANÇA NA ESTRUTURA
Acionistas da GetNinjas (NINJ3) aprovam nova cisão e companhia agora será dividida em três; veja o que vai mudar. Com as cisões, cada uma das três novas companhias se tornará um holding de capital aberto voltada a investir em um determinado segmento.
FUSÕES E AQUISIÇÕES
Yduqs (YDUQ3) adquire faculdade de medicina por R$ 145 milhões — mas é a hora de a empresa de educação investir o caixa em aquisições? Expansão acontece logo após o balanço da Yduqs apontar um crescimento de 62,7% do lucro líquido no terceiro trimestre de 2024.
DINHEIRO NA CONTA
Dividendos e JCP: São Martinho (SMTO3) anuncia R$ 150 milhões em proventos; veja quem tem direito. Companhia do setor sucroenergético aprovou mais uma distribuição de juros sobre o capital próprio para quem estiver na base acionária em dezembro.
PROVENTOS NO FUTURO?
Fundo imobiliário KNCR11 vai pagar dividendos menores em dezembro, mas ações sobem; entenda o que anima o mercado. A diminuição da distribuição dos proventos pelo KNCR11 já era esperada pelos cotistas; o pagamento será depositado ainda nesta semana.
CRIPTOECONOMIAS
Bitcoin (BTC) estatal: quem está na frente na corrida entre países pela crescente adoção de criptomoedas no mundo. El Salvador e Butão colhem os benefícios de serem os primeiros governos a apostar no bitcoin, enquanto grandes economias ainda hesitam em confiar na tecnologia.
ORIENTE MÉDIO EM CHAMAS
Trump, Rússia, Irã e Israel: quem ganha e quem perde com a queda do regime de Assad na Síria — e as implicações para o mercado global. A cautela das autoridades ocidentais com relação ao fim de mais de 50 anos da dinastia Assad tem explicação: há muito mais em jogo do que apenas questões geopolíticas; entenda o que pode acontecer agora.
A ‘CARTADA FINAL’
Ou vai, ou racha: as promessas de Xi Jinping para recuperar o fôlego da economia chinesa em 2025. Em reunião de alto escalão, líderes começam a discutir metas e prioridades para o ano que vem; durante a semana, ainda haverá outro importante evento econômico para o país.
NOVO DESTINO NA ÁSIA
Próximo destino do luxo: Louis Vuitton e Dior apostam em mercado de R$ 14 bilhões na Ásia — e não é a China. Empresas de bens de alto valor agregado estão mirando outros países e públicos em meio à crise na segunda maior economia do mundo.
MIRANDO A PRIMEIRA CLASSE
É o fim dos upgrades gratuitos? Delta quer atrair viajantes de luxo que paguem pelas passagens mais caras; veja os benefícios oferecidos. Com lounges exclusivos e menus diferenciados, companhia aérea quer oferecer experiência premium que motive o passageiro a pagar por ela.
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