O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) pediu à equipe econômica do governo a suspensão imediata da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de risco sacado.
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Com a solicitação, Motta quer que o governo recue antes do final do prazo dada à equipe econômica para apresentar alternativas ao aumento do tributo, que deve render cerca de R$ 20 bilhões aos cofres públicos este ano.
Motta tem se colocado como uma das principais vozes contrárias ao aumento de impostos. Segundo ele, a alta do IOF afeta diretamente a população e o setor produtivo, sem resolver os problemas estruturais das contas públicas. “Essa instabilidade afugenta investimentos”, afirmou. O presidente da Câmara defende planejamento de médio e longo prazo, com responsabilidade fiscal, contenção de despesas e estímulo à eficiência no serviço público.
O risco sacado é um tipo de crédito no qual os bancos adiantam valores para varejistas que realizaram vendas a prazo. De acordo com o decreto governamental, o IOF agora será cobrado sobre essa antecipação. Essa medida impacta principalmente as pequenas empresas, que dependem desses recursos adiantados para manter seu capital de giro.
A cobrança pelo “risco sacado” entra em vigor a partir deste domingo (1/6) — o pedido de Motta visa evitar que as empresas tenham que arcar com impostos mais altos enquanto o impasse persistir.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na última quarta-feira (28/5) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), para tentar conter a pressão contra o recente decreto que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A ofensiva da Câmara se destaca já que, até agora, a reforma administrativa estava fora da agenda do governo Lula. Desde o início da gestão, o foco da equipe econômica tem sido a reforma tributária e o aumento da arrecadação. A proposta de reforma herdada do governo Bolsonaro foi engavetada, e o tema não figura entre as prioridades do Plano Plurianual (PPA) 2024–2027.
Além disso, ministros e aliados do governo demonstram resistência à pauta. O próprio presidente Lula já afirmou que “a máquina pública não é ineficiente como dizem” e que “não faz sentido tratar servidor como problema”. As declarações indicam que não havia vontade política no Planalto para avançar com mudanças estruturais na administração pública.