O governo Lula acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) após detectar possíveis práticas anticoncorrência e outras ações abusivas no setor de combustíveis, visando conter preços repassados ao consumidor. Nesta quarta-feira (28/5), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reúne com representantes do Ministério da Justiça, Polícia Federal e Agência Nacional do Petróleo (ANP) para apresentar também um pacote antifraudes.
Em documentos recebidos pelo Cade, o Ministério de Minas e Energia afirmou ter verificado que refinarias privatizadas têm praticado preços “significativamente superiores não apenas àqueles praticados pelos demais fornecedores primários, como também do próprio preço de paridade de importação”.
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Reunião sobre pacote de medidas antifraude nos combustíveis, no Ministério de Minas e Energia.
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Reunião sobre pacote de medidas antifraude nos combustíveis, no Ministério de Minas e Energia.
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Silveira afirmou que governo acionará PF e Abin para investigar origem da queda de energia
Igo Estrela/Metrópoles4 de 4
Alexandre Cordeiro, presidente do Cade.
A pasta solicitou providências para identificar “eventuais práticas anticoncorrenciais”. Silveira pediu atenção nos elos de distribuição e revenda para um ambiente de mercado competitivo.
Em outra frente, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) acionou a Petrobras, a ANP e a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis). O órgão pede explicações sobre o que mantém o preço dos combustíveis, diante da redução de preços nas refinarias.
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A movimentação faz parte da estratégia do governo para conter a alta no preço dos alimentos. A medida visa recuperar popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e abrir caminho para, com consequente redução da inflação, uma diminuição da taxa de juros pelo Banco Central.
Medidas antifraude
Segundo interlocutores, a reunião convocada por Silveira ocorreu para “fechar o cerco” a possíveis fraudes. Algumas medias já estão em andamento, e outras dependem do Congresso. São elas:
- Criminalização da inadimplência do RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis.
- Proibição de venda para distribuidores indadimplentes.
- Modernização dos processos de fiscalização da ANP.
- Doação de equipamentos à ANP para aferição de fraudes no teor de biocombustível.
- Apoio a projetos de lei de combate ao furto e roubo de combustíveis.
- Acordo entre ANP e secretarias estaduais de Fazenda, visando compartilhamento de documentos e cruzamento de dados.
- Simplificação do modelo de cobrança para dificultar sonegação.
- Apoio aos projetos de devedor contumaz.
- Ações conjuntas contra pirataria na Amazônia.