Após mais de um ano de espera, agora é oficial: a fusão entre Petz (PETZ3) e Cobasi foi aprovada — e sem a necessidade de remédios, vacinas ou qualquer prescrição do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
A Superintendência-Geral do Cade emitiu parecer favorável à combinação de negócios das gigantes do mercado pet na última segunda-feira (2) — em um acordo selado sem latido de advertência das autoridades antitruste do país.
A aprovação torna-se definitiva após 15 dias, caso não haja manifestação pelo Tribunal do Cade ou recursos por terceiros interessados — por exemplo, a concorrente Petlove.
Procurada pelo Seu Dinheiro, a Petlove não se pronunciou até o momento de publicação desta matéria.
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A fusão entre a Petz (PETZ3) e a Cobasi
A Petz e a Cobasi anunciaram pela primeira vez os planos para uma combinação dos negócios em agosto de 2023, mas um acordo só foi selado em abril de 2024, após longas negociações entre as empresas.
O acordo prevê incorporação de ações da Petz por uma subsidiária detida integralmente pela Cobasi, resultando na criação “do maior e mais integrado ecossistema pet do Brasil”.
A companhia resultante da fusão nasce com uma receita líquida combinada de R$ 6,9 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 464 milhões e mais de 20 marcas próprias de produtos de higiene, alimentação e lifestyle animal.
Enfim, o sinal verde do Cade para a fusão animal
A negociação entre a Petz e a Cobasi aguardava a aprovação antitruste para seguir. Nos meses que se passaram, os reguladores tiveram que avaliar se a junção das duas companhias não seria prejudicial ao mercado, com a possível criação de um monopólio.
Na época, o CEO da Petz, Sergio Zimmermann, afirmou que eventuais “remédios” do Cade e de outros reguladores poderiam surgir, mas não deveriam ser “amargos”.
Mas a aprovação da fusão animal veio melhor que o esperado: o Cade aprovou a fusão sem quaisquer restrições após considerar que a transação não deve gerar riscos de concorrência relevantes.
Na leitura do Cade, a combinação de negócios entre a Petz e a Cobasi gera, sim, concentração relevante no segmento de comércio varejista de produtos para pets em algumas localidades.
Mas, apesar da operação, esses mercados apresentam facilidade de entrada, ampla diversidade e um grande número de concorrentes.
“Esse cenário reforça a avaliação de que as redes envolvidas na fusão não terão espaço para impor alterações negativas nas condições de mercado, como preços, oferta ou qualidade, sob risco de perderem espaço para os demais players do setor”, avaliou o Cade.
Além disso, o regulador afirma que a fusão “não ofereceria qualquer risco à concorrência” nos mercados de serviços veterinários, serviços estéticos de cuidados animais e no varejo de plantas, flores e animais vivos.
“A atuação das duas empresas não é significativa nesses mercados e a operação não muda essa condição”, disse o Cade.
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O que acontece com as ações da Petz (PETZ3) e da Cobasi
Nos termos do negócio, os investidores da Petz passarão a deter 52,6% das ações de emissão da companhia combinada.
Por sua vez, os acionistas da Cobasi restarão titulares das demais ações da empresa resultante da fusão, representando 47,4% do capital social.
Dessa maneira, a relação de troca se dará da seguinte forma: os acionistas da Petz receberão 0,0090445 ação da Cobasi por cada papel PETZ3 por eles detidos na ocasião do fechamento da operação.
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