O Bezos Earth Fund, do bilionário fundador da Amazon, Jeff Bezos, em parceria com o Global Methane Hub, anunciou nesta semana uma iniciativa global de US$ 27,4 milhões (aproximadamente R$ 162,6 milhões) para reduzir as emissões de metano na pecuária.
O objetivo do projeto é desenvolver programas de criação de gado e ovelhas com foco em animais que, naturalmente, produzem menos metano — um dos mais nocivos gases causadores do efeito estufa.
Com aporte de US$ 19,3 milhões do Bezos Earth Fund e US$ 8,1 milhões do Global Methane Hub, a iniciativa vai financiar pesquisas e programas de melhoramento genético em várias regiões do mundo.
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Seleção natural para combater o aquecimento global
A estratégia do projeto é selecionar animais com menor emissão de metano dentro dos próprios rebanhos. Pesquisas mostram que, mesmo dentro de um único rebanho, alguns animais podem emitir até 30% menos metano do que outros.
O gás, que tem um potencial de aquecimento global mais de 80 vezes maior que o dióxido de carbono em um horizonte de 20 anos, é um dos principais vilões das emissões agropecuárias.
“Reduzir o metano do gado é uma das soluções mais elegantes que temos para desacelerar as mudanças climáticas”, afirmou Dr. Andy Jarvis, diretor do programa Future of Food do Bezos Earth Fund.
Segundo ele, a iniciativa utiliza práticas tradicionais de seleção para consolidar benefícios climáticos de longo prazo, sem exigir mudanças na alimentação ou manejo dos animais por parte dos produtores.
Alcance global e impacto duradouro
O projeto abrangerá rebanhos na América do Norte, América Latina, Europa, África e Oceania. Mais de 100 mil animais serão analisados para coleta de dados sobre emissões de metano, integrando informações genéticas e microbiológicas que vão subsidiar programas públicos e privados de melhoramento genético.
A expectativa é que essa abordagem leve a reduções permanentes nas emissões do setor agropecuário, acumulando cortes de até 30% ao longo das próximas duas décadas.
“Este trabalho une ciência, indústria e a comunidade global de criadores para acelerar o progresso genético em favor da eficiência climática”, destacou o professor Roel Veerkamp, da Wageningen University & Research (WUR), líder de um dos projetos contemplados pelo programa.
Investimentos estratégicos em várias frentes
O financiamento será distribuído entre várias iniciativas regionais e de pesquisa, incluindo:
- Universidade de Nebraska (EUA): US$ 2,34 milhões para estudar genética de bovinos de corte de baixa emissão de metano.
- Angus Foundation (América do Norte, Oceania e Europa): US$ 4,85 milhões para integrar características de baixa emissão nos programas de criação.
- Wageningen University (Holanda): US$ 8,7 milhões para acelerar o melhoramento genético em raças leiteiras como Holandesa, Jersey, Brown Swiss e Red.
- Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (Quênia): US$ 3,35 milhões para aprimorar a criação de gado indígena africano.
- Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (Uruguai): US$ 1,7 milhão para apoiar programas de gado de corte na América Latina.
- Universidade de New England (Austrália): US$ 2,4 milhões para avanço na criação de ovelhas de baixa emissão.
- Análise do microbioma ruminal: US$ 4 milhões destinados a estudos do microbioma dos animais em todos os projetos financiados.
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Parceria global para resultados sustentáveis
O programa faz parte do Global Methane Hub, uma colaboração internacional que já conta com mais de 50 instituições em mais de 25 países, incluindo o Brasil. A meta é transformar a eficiência de metano em padrão global de criação animal, tornando a agropecuária parte da solução climática.
“Com esta iniciativa, estamos construindo uma base aberta e coordenada que entrega soluções práticas para reduzir as emissões e apoiar agricultores no mundo todo”, concluiu Hayden Montgomery, diretor do programa de Agricultura no Global Methane Hub.
O Bezos Earth Fund foi anunciado por Jeff Bezos em fevereiro de 2020 com o objetivo de combater a crise climática e impulsionar um futuro positivo para a natureza. O fundador da Amazon se comprometeu a doar US$ 10 bilhões até 2030 para acelerar inovações e quebrar barreiras para um futuro sustentável.
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