A morte de Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, apontado como um dos chefes mais influentes do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, acendeu um sinal de alerta dentro e fora da facção. Considerado um dos pilares da expansão logística da organização criminosa, Professor era mais que um líder local, ele controlava rotas internacionais de armas, media conflitos internos e articulava acordos com forças de segurança.
Executado com um tiro na cabeça, no que pode ter sido um crime passional, ele foi levado já sem vida à UPA de Del Castilho, na noite desse domingo (1º/6). A polícia apura se a autora do disparo foi sua amante, detida por seguranças do próprio traficante logo após o ataque. A hipótese de acerto de contas interno também não está descartada.
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Foragido desde 2018 e com 65 anotações criminais, Professor centralizava o controle do tráfico na Fazendinha, no Complexo do Alemão, e comandava a entrada de armamento pesado para outras comunidades da facção, especialmente na Zona Oeste. Segundo a Polícia Federal, ele mantinha relações com fornecedores no Paraguai, Bolívia, Colômbia e Europa.
Mais do que poder bélico, ele também era o responsável por estabelecer diálogos diretos com policiais militares, como revelado pela Operação Dakovo, em 2023.
Conversas obtidas pela PF mostraram Professor pedindo retirada de blindados, indicando áreas onde as operações poderiam acontecer e coordenando estratégias para proteger os negócios do CV em meio a ações policiais.
Internamente, era visto como moderado e pragmático, atuando para manter a paz entre lideranças e evitando conflitos que pudessem prejudicar o faturamento do tráfico.
Disputa
Com a morte repentina de Professor, um vácuo de liderança se forma em uma das regiões mais sensíveis do tráfico no Rio. Fontes ligadas à inteligência da Polícia Civil alertam que haverá disputa por território e retaliações, tanto por parte de rivais quanto entre aliados.
A expectativa agora é de reacomodação interna no CV, com possibilidade de rachas ou até guerras internas, principalmente no Alemão e adjacências. Lideranças mais violentas e impulsivas devem disputar o posto deixado por Professor, o que pode elevar a tensão nas comunidades controladas pela facção.
As investigações sobre a morte do treficante seguem em sigilo na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), as investigações seguem em sigilo, mas a morte de Professor não encerra o inquérito da Operação Dakovo, conduzida pela PF. Pelo contrário: o assassinato pode abrir novas pistas sobre quem se beneficiava diretamente de sua permanência ou de sua morte.