A volta de Donald Trump à Casa Branca é o assunto inescapável da semana. Mas não são só os eleitores do republicano que estão com grandes expectativas para a era “Trump 2.0”. Algumas empresas já contemplam a possibilidade de lucrar com os novos rumos que o governo vai tomar.
Uma dessas companhias é a Venture Global, exportadora de gás natural liquefeito (GNL), que está “contando” com Trump para fazer um dos maiores IPOs do setor de energia, em mais de uma década.
Pessoas próximas da negociação disseram ao jornal The Wall Street Journal que a listagem na NYSE poderia acontecer ainda essa semana, mas que os planos para o IPO já estão rolando desde antes da eleição.
A expectativa da empresa é de levantar cerca de US$ 2,3 bilhões com a oferta pública inicial de ações. A cifra representa um valor de mercado de US$ 110 bilhões para a exportadora estadunidense, o que é maior do que a gigante petrolífera BP (B1PP34).
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Isso porque a expectativa é que o novo presidente americano assine uma ordem executiva para voltar a autorizar a exportação de GNL, mesmo para países que não têm acordo de livre comércio com os Estados Unidos.
- Vale lembrar que os Estados Unidos são o maior exportador da commodity no mundo, e as projeções apontam que as exportações vão dobrar até 2030.
A medida, que havia sido assinada por Joe Biden, foi mal vista pelo setor energético.
No entanto, Trump adota uma postura mais favorável à indústria de combustíveis fósseis. Inclusive, teve apoio de grandes nomes do setor.
Segundo apuração do WSJ, a Venture Global doou US$ 1 milhão à campanha do republicano. Não só ela, como também outros benfeitores da campanha do republicano, estão com altas expectativas de que a medida seja revogada o mais rápido possível.
O CEO da companhia, Michael Sabel, teve um encontro com Trump e com outros magnatas de óleo e gás em abril do ano passado.
A ascensão polêmica da Venture Global
A exportadora de GNL passou de uma simples startup, fundada em 2013, a uma companhia bilionária em pouquíssimo tempo.
Parte desse sucesso foi catapultado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que levou à interrupção do fornecimento de gás para a Europa. Com isso, a Venture Global aumentou significativamente a exportação da commodity para o continente europeu, lucrando bilhões de dólares.
No começo do negócio, os fundadores ofereceram taxas baixíssimas de GNL, o que rendeu contratos de longo prazo com diversos clientes de peso, como Shell, BP, a espanhola Repsol, a portuguesa Galp e até a companhia estatal de energia da Polônia, PGNiG.
Com esse investimento inicial, a companhia lucrou bastante. Segundo a documentação para o IPO, o lucro líquido foi de US$ 7 bilhões, somando 2022 e 2023.
Em um trajetória meteórica, ela ultrapassou vários concorrentes e pôde investir na construção de novos terminais.
No entanto, a ascensão veio acompanhada de polêmicas.
No momento, a empresa está em processo de arbitragem com clientes como BP e Shell, e corre o risco de ter que pagar bilhões de dólares em multas. A acusação é que a Venture Global enriqueceu a custo desses consumidores, ao reter o gás prometido e vendê-lo no mercado à vista, ao invés de honrar os contratos.
A empresa defende que as alegações não têm mérito, já que os clientes foram avisados, desde o começo, que as obrigações só seriam cumpridas uma vez que a planta estivesse em pleno funcionamento – o que poderia demorar.
A exportação para outros consumidores, antes de cumprir contratos de longo prazo, fazia parte do plano de negócios, afirmou a Venture Global.
A empresa se tornará o segundo maior exportador de GNL dos EUA após a conclusão total da segunda planta. Há planejamento para construção de mais três terminais na Costa do Golfo, o que faria a companhia superar o Catar como o maior exportador mundial da commodity.
* Com informações do Wall Street Journal.
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