Cem escolas da rede estadual de São Paulo começam a funcionar no modelo cívico-militar a partir do próximo semestre, mas a volta às aulas nestas unidades ainda não terá a presença dos policiais militares nos corredores.
O atraso na divulgação do edital para a seleção dos agentes que atuarão nestas escolas fez com que a entrada dos policiais no programa fosse adiada em um mês. Agora, a previsão é de que os PMs monitores comecem nos colégios no dia 25 de agosto, quase trinta dias depois do início do segundo semestre letivo, em 28 de julho.
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Tarcísio enviou projeto das escolas cívico-militares à Alesp em março de 2024
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Governo de Goiás/Divulgação
Antes disso, os policiais farão um curso de capacitação, ministrado pela Secretaria da Educação em parceria com a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Como mostrou o Metrópoles, a duração do curso, com carga horária mínima de 40 horas, é menor que a de cursos de formação de condutores para quem deseja tirar a primeira habilitação em uma autoescola.
A demora no início da implantação do programa cívico-militar tem incomodado bolsonaristas, que alegam nos bastidores que o projeto tem sido desidratado antes mesmo de ter início.
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O grupo também critica um artigo do processo seletivo para os militares, que impede policiais de se candidatarem até dois anos depois de deixarem a função de monitores. O Metrópoles apurou que a medida foi incluída pela Secretaria da Educação paulista para que o caráter pedagógico das escolas cívico-militares seja sobreposto a possível politização em torno dos colégios – ainda que o projeto tenho sido criado para agradar a base bolsonarista.
Como serão escolas cívico-militares em SP
- No segundo semestre deste ano, 100 escolas estaduais vão adotar o modelo cívico-militar. Duas delas ficam na capital paulista, outras 17 em cidades da região metropolitana, e as demais estão no litoral e no interior do estado.
- Policiais militares serão contratados para atuar como monitores nas unidades. Eles serão responsáveis por atividades extracurriculares e fiscalizarão a aplicação de regras de disciplina criadas para os alunos.
- Os estudantes terão que usar uniforme. Meninos serão instruídos a cortarem o cabelo no estilo meia cabeleira (com nuca e laterais raspadas). As meninas deverão manter seus cabelos presos por meio de coque, tranças ou rabo-de-cavalo. Adereços como “tererê” são contraindicados e riscos na sobrancelhas são proibidos.
- Os alunos que não cumprirem as regras vão perder “pontos” e poderão ser punidos com advertência verbal, alteração de turma, além de ter a mudança de escola solicitada pela direção.
- As aulas permanecerão sob a responsabilidade dos professores da rede estadual.