Chorei muito na noite de domingo. E a observação do meu feed nas redes sociais mostrou que não fui o único. Fernanda Torres, em um feito inédito, foi reconhecida com o Globo de Ouro como Melhor Atriz em Filme Dramático.
Faço parte do grupo de ressentidos que, até hoje, não aceitava a derrota de Central do Brasil e de Fernanda Montenegro como os melhores em suas respectivas categorias no ano de 1999.
E, convenhamos, quem viu os vencedores daquele ano sabe que não estamos sendo injustos. Aquele era o nosso ano!
Mas que bom que alguns fatos na história parecem se compensar com outros. E não poderia ter havido reparação melhor: Fernanda Torres, filha de Montenegro (que ironia!), ganhando o prêmio no último domingo.
Já esperava, na segunda-feira, as milhares de analogias e análises se espalhando pelas redes sociais. O que já me causava uma certa preguiça, confesso. “Dez lições de liderança que Fernanda Torres nos ensina” ou “O poder da parentalidade: Fernandas com F maiúsculo.”
- VEJA TAMBÉM: Werner Roger, Felipe Miranda, Bruno Lima e outros gigantes do mercado financeiro dizem onde investir em 2025 neste evento gratuito; retire seu ingresso
Fernanda Torres: Uma carreira e o poder da consistência
Mas, olha, vou dar o braço a torcer. Enquanto julgava os coleguinhas das redes em suas análises, algo bateu aqui – meio de surpresa, meio óbvio: o que me marcou mesmo ao ver a Fernanda ali no palco foi pensar sobre o poder da caminhada, da constância, da consistência. E como isso faz a diferença no longo prazo.
A atriz tem mais de 40 anos de carreira, passando pelo teatro, cinema e TV, e interpretando papéis em diferentes estilos. Além de ter desenvolvido uma vertente como escritora, com livros publicados e roteiros para filmes.
E, aqui, preciso confessar uma coisa: eu tenho um fraco por gente que tem estrada. Nada contra os novinhos – sério, vocês são incríveis. Mas tem certos papéis, certas conquistas, que só a passagem do tempo dá conta de sustentar.
Old but gold: a teoria das 10 mil horas de prática, popularizada por Gladwell em Outliers, afirma que são necessárias cerca de 10 mil horas de prática deliberada para alcançar a maestria em qualquer habilidade.
Segundo o autor, a prática focada supera o talento inato, destacando a importância do tempo investido e das condições adequadas para o desenvolvimento de habilidades excepcionais.
Fernanda está aí para provar a teoria. O prêmio é o reconhecimento de uma história que começou há mais de 40 anos.
A vida presta! Às vezes, parece demorar. Mas presta.
The post Entre Fernandas, um Globo de Ouro e o poder do tempo na carreira appeared first on Seu Dinheiro.