Há uma pequena chance de um asteroide atingir a Terra em sete anos. A agência espacial americana (Nasa) tem atualizado a estimativa dos riscos de impacto do YR4 no planeta, mas a previsão atual é de uma chance em 67.
Esse é um dos maiores riscos de impacto registrados para uma rocha espacial tão grande: o diâmetro estimado dele é de 55 metros, o tamanho aproximado de um uma piscina olímpica.
“É tão cedo que estamos naquele nível em que ‘ok, defensores planetários do mundo, fiquem de olho’. Mas, de resto, não é algo para perder o sono”, afirma Kelly Fast, a chefe dos defensores planetários da Nasa, em entrevista à Axios.
Como o nome do cargo de Kelly sugere, a humanidade não está indefesa contra o risco de colisões de asteroides e há centros de defesa que há anos estão pensando estratégias para, se necessário, desviar um corpo celeste que esteja em rota de colisão com a Terra.
Como desviar um asteroide?
Ao contrário do que filmes sobre o impacto de asteroides fazem crer, a estratégia de explodir a rocha com uma bomba é pouco considerada pelos especialistas. Veja as melhores opções.
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Envio de uma nave kamikaze
A única estratégia de defesa testada até agora foi a missão DART, da Nasa. Em 2022, uma espaçonave colidiu propositadamente com o asteroide Dimorphos, de 160 metros de largura, para tentar alterar sua órbita, o que foi conseguido com sucesso. Como o asteroide era muito maior que o YR4, a estratégia provavelmente seria eficaz em caso de necessidade.
Assoprando como o lobo mau
Outra ideia para desviar um asteroide é a chamada “trator gravitacional”. A sugestão é parecida com o sopro do lobo mau na história dos três porquinhos: sem contato com o asteroide, apenas rodeando-o, as naves conseguiriam criar uma rota de tração para a rocha que seria capaz de afastá-la sem contato físico e, claro, sem perder o investimento gasto para produzir a espaçonave.
Colocando propulsores no asteroide
Outra ideia para desviar a rocha espacial é colocar propulsores de íons em sua superfície que literalmente empurrariam o objeto na direção oposta, mudando sua trajetória.
A opção nuclear: último recurso
Para asteroides maiores, uma explosão nuclear pode ser a solução, mas ela é o último recurso e não deve ocorrer como no filme Armagedom, em que se coloca a bomba no interior da rocha.
A ideia dos engenheiros aeroespaciais é explodir a bomba perto do asteroide, fazendo com que a onda de impacto o empurre para longe. A explosão de bombas, no entanto, pode fragmentar a rocha em pedaços com trajetórias imprevisíveis. Por isso, a opção é vista como último recurso, principalmente para asteroides gigantes, como o que extinguiu os dinossauros.
Preparação e evacuação
Se todas as estratégias falharem, a última linha de defesa será a preparação para o impacto. Com sete anos e meio de antecedência, é possível prever a zona de colisão e organizar evacuações, caso necessário. Na eventualidade de atingir a Terra, a maior chance é que o impacto ocorra na água dos oceanos ou em zonas desabitadas.
Não seria inédito na história moderna um asteroide atravessar a atmosfera. Na Rússia, o meteoro de Chelyabinsk, em 2013, e o asteroide de Tunguska, em 1908, explodiram na atmosfera, causando danos pontuais. Por isso, a probabilidade de um evento catastrófico é baixa.
E se cair, vamos morrer?
A rocha, porém, não é capaz de ameaçar a vida na Terra: provavelmente se desintegraria muito na atmosfera e não chegaria a destruir mais do que um raio de algumas centenas de metros, na eventualidade de cair em um centro urbano.
O Chicxulub, asteroide que levou à extinção em massa dos dinossauros há milhões de anos, tinha um diâmetro aproximado de 10 a 14 quilômetros, um tamanho semelhante ao da Ponte Rio-Niterói. Ele atingiu o Golfo do México.
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