Ao que parece, nem mesmo os juros nas alturas foram capazes de manter o brilho da renda fixa em fevereiro. A classe de ativos fechou o mês com resgates líquidos de R$ 9,8 bilhões nos fundos, revertendo parte do resultado positivo de janeiro, segundo a Anbima (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Apesar da performance negativa no mês passado, a categoria ainda mantém captação líquida positiva de R$ 32,2 bilhões no primeiro bimestre de 2025.
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“As saídas de fevereiro tendem a ser um movimento pontual, já que os juros altos devem se manter como um fator de atratividade para os investidores, ainda mais com a perspectiva de continuidade dos aumentos da Selic”, afirma Pedro Rudge, diretor da Anbima.
Entre os fundos de renda fixa, no mês passado, os resgates líquidos mais expressivos foram nos tipos:
- Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento (que investem com horizonte mais curto em títulos públicos e papéis de baixo risco de crédito: R$ 6,2 bilhões;
- Renda Fixa Indexados (atrelados a um índice de referência): R$ 4,8 bilhões; e
- Renda Fixa Duração Livre Soberano (que investem sem compromisso de prazo em títulos públicos): R$ 3,7 bilhões.
Além dos fundos de renda fixa
Mesmo com a saída de dinheiro em fevereiro, os fundos de renda fixa não levaram a coroa de pior performance de fundos em fevereiro.
Quem liderou os saques foram os multimercados, com um resgate líquido de R$ 24,5 bilhões no mês, diante do cenário de aversão a risco.
Em fevereiro, as maiores saídas líquidas ocorreram nos tipos:
- Multimercados Livre: R$ 14,9 bilhões;
- Multimercados Investimento no Exterior: R$ 4,8 bilhões; e
- Multimercados Macro: R$ 4 bilhões.
No acumulado do ano, os resgates líquidos dos multimercados somam R$ 42,4 bilhões.
Os números indicam que o mês de fevereiro foi marcado por um desempenho mais fraco da indústria em geral, com entradas líquidas em apenas duas das oito categorias de fundos, segundo as estatísticas da Anbima.
Os fundos de ações registraram saídas de R$ 8,3 bilhões, enquanto os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) tiveram saldo negativo em R$ 1,3 bilhão.
Já os fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) somaram saídas de R$ 1,3 bilhão no mês. Por sua vez, os fundos de previdência fecharam fevereiro com fluxo negativo em R$ 434 milhões.
No caso de fundos de investimento em participações (FIPs) e fundos cambiais houve entradas líquidas, de R$ 1,4 bilhão e R$ 158 milhões, respectivamente.
Com isso, a indústria de fundos de investimento como um todo apresentou resgates de R$ 44,1 bilhões em fevereiro, elevando a saída acumulada dos dois primeiros meses do ano para R$ 35,8 bilhões.
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Rentabilidade em alta
Na categoria de renda fixa, todos os tipos de fundos fecharam fevereiro com rentabilidade positiva, com destaque para Dívida Externa (2,33%).
No caso dos multimercados, a maior rentabilidade foi do tipo Multimercados Long & Short Neutro, que são aqueles fundos que montam posições compradas e vendidas em renda variável, com retorno positivo em 1,05%.
Em ações, com exceção de Ações FMP-FGTS, que rendeu 1,79%, todos os tipos tiveram rentabilidade negativa em fevereiro.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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