Tijolo por tijolo, as construtoras focadas na baixa renda ergueram um verdadeiro monumento na bolsa neste ano. E entre as que ocupam os andares mais altos no quesito valorização, a Plano&Plano (PLPL3) se destaca ao dobrar de valor no ano,
Os papéis da construtora atingiram o pico histórico no pregão da última sexta-feira (6), aos R$ 16,92, depois de uma alta de 105,5% desde janeiro. Ainda assim, a ação é a mais descontada do setor, de acordo com o Itaú BBA.
O preço-alvo para as ações é de R$ 18,60, o que representa uma alta potencial de 9,93%.
Para os analistas do banco, os papéis estão sendo negociados a um múltiplo de 6,9 vezes preço sobre lucro (P/L) — métrica usada para avaliar se uma ação está cara ou barata com base em quantos anos seriam necessários para o investidor recuperar o valor aplicado, considerando os lucros atuais da empresa.
Eles ressaltam que esse múltiplo representa um desconto de cerca de 20% em relação à Cury (CURY3) e à Direcional (DIRR3)
Considerando os números projetados para 2026 — com P/L estimado em 5,6x e dividend yield de 7% — a ação fica ainda mais atrativa na visão da equipe do banco.
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Por que comprar as ações da Plano&Plano?
Em relatório, a equipe liderada por Daniel Gasparete explica que PLPL3 ficou para trás no rali das construtoras populares por conta do menor volume de negociaçõe e do forte desempenho de Cury e Direcional.
Isso porque, à medida que as duas ‘queridinhas’ do mercado alcançam novos patamares de valorização, os investidores passam a procurar opções mais baratas para comprar.
Esse movimento favoreceu a Tenda (TEND3) e agora espera-se que a Plano&Plano seja a próxima beneficiada, especialmente entre os fundos sem restrições de liquidez. A empresa conta com uma média de R$ 13 milhões de volume diário.
Por isso, o Itau BBA reiterou a recomendação de compra para as ações da Plano&Plano. “Esperamos que a companhia registre uma taxa de crescimento anual (CAGR) de 11% em lançamentos e 20% em lucro líquido nos próximos três anos”, escreve o time em relatório.
No entanto, Cury e Direcional seguem como as principais escolhas no segmento.
O que esperar da companhia?
Em reunião com a gestão da empresa, os analistas notaram confiança no forte potencial do segmento de baixa renda, além da expectativa por uma demanda contínua e robusta.
A Plano&Plano espera superar R$ 4 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) até 2025, projetando um crescimento anual de cerca de R$ 800 milhões nos anos seguintes, até se estabilizar em um patamar entre R$ 7 e R$ 8 bilhões em VGV.
“Para atingir essa meta, a empresa busca manter consistência nas entregas e diversificação de produtos entre diferentes faixas, especialmente nas faixas 1 e 2 — que representam grande parte de seu atual banco de terrenos e enfrentam menos concorrência em São Paulo entre as companhias listadas”, ressaltam os analistas.
A gestão avalia que expandir os projetos para terrenos de maior escala foi uma estratégia acertada para acelerar as vendas, ao incorporar diferenciais aos produtos. Projetos maiores exigem autorizações mais complexas da prefeitura, o que costuma atrasar os cronogramas.
Esse é um desafio comum no setor, mas a Plano&Plano pode ser mais impactada, já que projetos de maior escala geralmente enfrentam prazos mais longos para aprovação, o que pode representar um risco para o crescimento operacional.
Além disso, na reunião com os analistas, a diretoria também se mostrou confiante na capacidade da companhia para sustentar o crescimento projetado. Essa visão se apoia em:
- Aumento do número de funcionários contratados para mitigar a escassez de mão de obra no mercado;
- Forte posição de banco de terrenos, que subiu de R$ 13,3 bilhões no 1T24 para R$ 31,2 bilhões no 1T25; e
- Alto grau de padronização dos projetos, o que reduz a complexidade de engenharia.
A gestão também destaca o uso do método de alvenaria estrutural como fator-chave para eficiência de custos e escalabilidade, especialmente em projetos da faixa 1.
A alvenaria estrutural permite que a Plano&Plano construa mais rápido e mais barato, o que é fundamental para ganhar escala e competir com eficiência no segmento de habitação popular — especialmente na faixa 1, onde o preço é tudo.
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