O cenário não tem sido dos melhores para a venda de produtos de seguros. Alto custo dos contratos, baixa prioridade para o serviço em meio à redução do poder de compra do brasileiro e pressão no setor de crédito diante dos juros altos são alguns dos entraves.
Porém, para o BTG Pactual, a corretora de seguros Wiz (WIZS3) merece atenção ao apresentar forte resiliência no setor e demonstrar ser uma potencial “vaca leiteira”.
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Em relatório desta terça-feira (10), os analistas Ricardo Buchpiguel, Eduardo Rosman e Thiago Paura destacam que a Wiz demonstrou resiliência ao elevar suas receitas em quase 13% no ano passado e indicar um ritmo similar para este ano, com alta de 18% no primeiro trimestre de 2025.
A companhia tem se beneficiado de um robusto fluxo de caixa gerado por sua operação de run-off com a Caixa Econômica, que deve se estender até o período entre 2032 e 2036.
- Run-off é uma operação em seguros em que a seguradora mantém a sinistralidade de um contrato ou carteira cancelados. Isso significa que, mesmo após o fim da apólice, a seguradora continua responsável pelos sinistros que ocorreram durante o período de vigência do contrato, durante um prazo determinado.
Esta forte geração de caixa da Wiz é um ponto chave da análise, segundo o BTG.
O banco reiterou a recomendação de compra para as ações WIZC3 e acredita que a empresa pode se tornar uma “vaca leiteira” no futuro devido a sua forte geração de caixa.
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De caixa cheio, Wiz tem potencial para dividendos
Com um fluxo de caixa livre tão elevado, a gestão da Wiz tem avaliado as melhores opções para alocar esse dinheiro, segundo o BTG. Isso inclui aumentar os retornos aos acionistas via recompras de ações e/ou dividendos.
Embora a recompra seja vista com cautela devido à baixa liquidez do papel, um aumento no payout de dividendos é considerado mais provável.
A Wiz pagou quase 100% de seu lucro no passado, mas atualmente distribui 25%. Os analistas do BTG acreditam que a companhia eventualmente elevará seu payout, mas o momento exato é incerto.
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Para os investidores, o tempo joga a favor, com um fluxo de caixa alto tornando a avaliação das ações WIZC3 cada vez mais atraente, seja por meio de menor alavancagem ou de um pagamento de lucros maior, mesmo que os resultados operacionais não melhorem significativamente.
As projeções do BTG indicam um aumento gradual no dividendo por ação, passando de R$ 0,28 em 2025 (equivalente a um dividend yield de 3,8%) para R$ 0,38 (5,1%) em 2026 e R$ 0,44 (6,0%) em 2027.
Recomendação de compra, com potencial de valorização
Diante deste cenário, os analistas do BTG reiteraram a recomendação de compra para as ações da Wiz.
O preço-alvo para 12 meses foi elevado de R$ 9 para R$ 11, representando um potencial de valorização de aproximadamente 48,8% em relação ao preço de fechamento de R$ 7,39 na véspera (9).
O retorno total projetado, incluindo valorização e dividendos, é de 52,6%.
Segundo o relatório, a elevação do preço-alvo reflete a incorporação dos resultados do primeiro trimestre e a remoção de um potencial desembolso de caixa relacionado à renovação do contrato da Promotiva, que não deve representar um volume tão grande quanto se esperava anteriormente.
Entretanto, os analistas do banco ponderam que a tese de investimento na Wiz é complexa.
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Há riscos em relação ao modelo de negócio único, baixa liquidez no mercado, e potenciais conflitos de interesse com acionistas controladores (Caixa Seguridade e Fenae).
Ainda assim, a recomendação de compra se mantém pela forte geração de caixa da Wiz em relação ao seu valor de mercado e às opções estratégicas para otimizar essa liquidez em benefício dos acionistas.
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