Ao longo da madrugada desta sexta-feira (13), Israel mobilizou o maior ataque aéreo contra o Irã desde a guerra entre os países, na década de 1980.
Na ofensiva, que teve como alvo as estruturas nucleares do país, de acordo com Teerã, ‘múltiplos comandantes’ militares foram mortos — entre eles, o chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri.
Foram mais de 200 aviões de guerra atingindo cerca de 100 alvos estratégicos espalhados por todo o território iraniano. Em resposta, na madrugada, mais de 100 drones iranianos foram lançados contra o território israelense.
Em carta enviada ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) , o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os ataques como uma “declaração de guerra” e solicitou ação imediata do órgão internacional.
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Israel receberá um “destino amargo”.
A repercussão nos mercados do ataque de Israel
Em reação ao ataque, o petróleo Brent, referência internacional, chegou a disparar 13% durante a madrugada, atingindo o valor de US$ 78,50 por barril. Por volta das 10h, a valorização foi ajustada para 8%, sendo negociado a US$ 74,86.
Por sua vez, o petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, seguiu a tendência e avançava 8,69% no mesmo horário, cotado a US$ 73,92, patamar que não era visto desde março.
A disparada reflete o temor generalizado de interrupções no fornecimento global de energia e a possibilidade de um conflito regional se transformar em uma guerra de proporções mais amplas.
Cabe lembrar que o Irã é um dos maiores produtores da commodity no mundo. O país também controla o estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 25% de toda produção global de petróleo, e um conflito na região pode atrapalhar a oferta para os demais países.
O também dólar ganhou força no mundo inteiro, com o DXY — índice que mede a força da moeda frente a uma série de outras divisas globais — subindo 0,48% nesta manhã, a 98.399. Frente ao real, a moeda norte-americana iniciou o dia com alta de 0,78%, a R$ 5,5795.
O ouro, considerado um ativo seguro para o qual os investidores costumam recorrer em momentos de instabilidade, sobe 1,56% por volta das 10h30, sendo negociado a US$ 3.420 a onça-troy.
Lá fora, as bolsas de Nova York abriram o dia com perdas generalizadas. No mesmo horário, o S&P 500 cai 0,65%, aos 6.005 pontos, enquanto o Nasdaq recua 0,80%, aos 19.510 pontos. Já o Dow Jones perde mais de 400 pontos, com queda de 0,94%, aos 42.519 pontos.
Os mercados asiáticos fecharam em queda. O Nikkei, índice de ações do Japão, terminou o dia com uma queda de 0,89%, enquanto o HSI (Hang Seng Index), da bolsa de valores de Hong Kong, registrou perdas de 0,59%.
As bolsas europeias também estão em território negativo. No mesmo horário, o Stoxx 600 (índice que compila as maiores empresas da Europa) recua 0,90%, aos 544,91 pontos, enquanto o DAX (índice da Alemanha) cai 1,40%, a 23.438,58 pontos. O FTSE 100, do Reino Unido, também registra queda de 0,29%, a 8.858,95 pontos, e o CAC 40, da França, recua 1,11%, aos 7.679,21 pontos.
No Ibovespa, petroleiras ganham força enquanto índice cai
Por aqui, o Ibovespa abriu o dia em queda de 0,42%, aos 137.105 pontos.
Como reflexo da alta do petróleo, as ações das petroleiras sobem na bolsa. As ações da ordinárias da Petrobras (PETR3) lideram as altas, com avanço de 3,21%, cotadas a R$ 35,36. As ações da Brava (BRAV3) vêm logo em seguida, com valorização de 2,69%, a R$ 21,02.
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