A compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) pode, enfim, estar chegando à conclusão. Na última quarta-feira (11), o banco estatal entregou o documento final com a proposta de aquisição para o Banco Central.
Segundo informações do Estado de S.Paulo, a partir desta data, o BC tem um prazo de 360 dias para analisar a operação e deliberar sobre a aprovação ou recusa da compra.
Desde a primeira notícia, em meados de abril, o BRB já teve que revisar a oferta pelo Banco Master algumas vezes com o intuito de diminuir os riscos e fazer a compra caber no “bolso” do banco estatal.
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Nesta proposta final, o jornal afirma que o Banco de Brasília pretendia excluir cerca de R$ 33 bilhões em ativos de menor liquidez e precificação complexa para diminuir os riscos da compra.
A decisão sobre os ativos teria sido tomada depois de uma auditoria do BRB no balanço do Master. Esta verificação era uma das condições do Banco Central para analisar o processo de compra.
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Banco Master em apuros
Entre as diversas etapas necessárias para que essa aquisição seja passível de análise — não estamos falando em aprovação — o próprio fundador do Banco Master, Daniel Vorcaro, teve que vender ativos próprios para capitalizar a instituição financeira.
O banqueiro vendeu R$ 1,5 bilhão em ativos diversos: participação em empresas como Light, Méliuz e outras menores, créditos, imóveis e precatórios.
A operação foi acompanhada e autorizada pelo BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Essa capitalização era necessária para dar suporte a um pedido de empréstimo do Master ao FGC, para dar liquidez aos pagamentos de CDBs do banco e de subsidiárias por um prazo de dois anos.
O Master precisava cobrir um total de R$ 10 bilhões em compromissos a vender, segundo o jornal, e o FGC estava disposto a um empréstimo de cerca de R$ 4 bilhões — ainda não está definido de quanto será esse suporte.
Compra pelo BRB
Ainda que a aquisição pelo BRB saia, Vorcaro ainda terá pontas soltas para amarrar.
Isso porque, o Banco de Brasília só irá adquirir uma parte da operação da instituição financeira. Como sinalizado pelo jornal, cerca de R$ 33 bilhões ficarão de fora.
A linha de crédito do FGC e a venda de ativos do fundador são uma tentativa de cobrir o caixa para honrar com esses compromissos que não serão absorvidos pelo banco estatal.
O perfil agressivo do Master chamou atenção para o negócio, devido às polêmicas estratégias de captação de recurso, principalmente ligadas a CDBs (Certificados de Depósito Bancário), com taxas de juros significativamente superiores à média do mercado, chegando a pagar até 130% do CDI.
Agora, o banco enfrenta a desconfiança do mercado financeiro. Recentemente, a instituição tentou uma emissão de títulos em dólares, mas não conseguiu captar recursos.
*Com informações do Estado de S.Paulo.
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