Depois de crescer 15% nas vendas de carros e chegar perto das 2,5 milhões de unidades em 2024, o mercado automotivo continua evoluindo e cheio de expectativas para o ano que começa.
Com mais de R$ 130 milhões de investimentos anunciados por boa parte das montadoras no ano passado, esses frutos começam a ser colhidos.
De um total de 60 lançamentos que citamos nesta reportagem, uma parte será de modelos inéditos, além de reestilizações e renovação de motor.
Novas marcas também prometem iniciar suas operações por aqui como Neta, GAC, Geely, Omoda Jaecoo e MG. Ou seja, o mercado pode receber mais de 100 novidades em 2025.
Das novatas, a chinesa BYD avança com reestilizações, novos modelos e novas marcas. Nas atualizações, são esperados Dolphin, Song Pro e Seal. O Sea Lion será outra novidade, um SUV elétrico baseado no Seal e na mesma pegada esportiva.
Também são esperados pelo menos dois modelos da Denza, marca de luxo da BYD, em forma de SUV e minivan. Já o Dolphin Mini começa a ser montado em Camaçari (BA).
A GWM prometeu lançar em 2025 o Tank 300, um jipe parrudo com sistema híbrido, além do SUV elétrico de luxo Wey 07, com 6 lugares.
De sua linha de produção em Iracemápolis (SP), saem os primeiros Haval H6 nacionais.
Fabricantes brasileiros
Das marcas com fábrica no Brasil, a Chevrolet mostrou na semana passada seu novo elétrico Spark, que se vier será o que executivos da marca chama de “elétrico popular”.
Do outro lado da tabela, viria uma renovação da beberrona Silverado. Novos Onix e Tracker completam os cinco lançamentos anunciados para 2025.
A Citroën, que lançou nos últimos dois anos três modelos de sua nova geração, agora vai aproveitar a sinergia do grupo Stellantis para trazer a tecnologia híbrida-flex ao Basalt e ao Aircross.
Na mesma linha, a Fiat vai promover a renovação dos motores turbodiesel das picapes Toro e Titano (esta terá a produção deslocada do Uruguai para a Argentina e pode receber facelift) com a introdução do Multijet 2.2 de 200 cv.
A Jeep, também do grupo Stellantis, deve lançar novidades eletrificadas para Compass e Commander, que receberão sistemas híbridos.
A Peugeot, no mesmo caminho da Citroën, oferecerá versões híbridas-leves para os argentinos 208 e 2008, recém-renovados, nas opções com motor 1.0 turboflex.
A nova marca do grupo Stellantis, Leap Motor, iniciará sua operação com o SUV médio elétrico C10.
A Caoa Chery vai eletrificar o Tiggo 7 e lançar o Tiggo 9, feito em Anápolis (GO).
A Audi, que acaba de lançar o A3 Sedan produzido no Paraná com ligeiro facelift, deve renovar as linhas A3, A5 e A6, além das novas gerações de Q5 e a opção Sportback do Q6 e-tron.
A Honda, que fez pequenas alterações na linha City, lançará o SUV compacto WR-V e pode promover um facelift no HR-V mais para o final do ano.
Um inédito SUV médio produzido em São José dos Pinhais (PR) deve ser o principal lançamento da Renault este ano, além do novo motor turboflex 1.3 para o Duster e Oroch produzido pela Horse. E o Kwid E-Tech, mesmo com pouco mais 1 mil unidades emplacadas em 2024, virá atualizado.
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Carros importados em peso
A Ford, que já prometeu 10 lançamentos, são certas as vindas do Mustang GT Performance com câmbio manual em edição limitada e a Ranger de cabine simples exibida na Fenatran, além da nova Transit (comercial). Renovações de Maverick e Territory e uma versão mais brava da Ranger também são cotadas.
A Hyundai, em parceria com a Caoa Montadora, vai lançar o Santa Fé e o Kona híbrido e elétrico.
A Kia começa a importar em pequenos volumes o EV9, SUV elétrico prestigiado em outros mercados.
Da sueca Volvo, a marca já anunciou a vinda do novo elétrico EX90, SUV de 7 lugares 100% elétrico e com autonomia de 459 km.
A opção híbrida do XC90 também virá atualizada, além da variante Cross Country 4×4 do SUV de entrada EX30.
De todos os lançamentos de carros previstos para 2025, separamos os mais importantes do ano entre SUVs, hatches e sedãs.
Confira nossa seleção!
SUVs em alta
Sem dúvida que são os modelos mais desejados atualmente e por isso que as montadoras tanto investem nesse segmento, principalmente nos compactos.
Volkswagen Tera: com produção na planta de Taubaté (SP), onde era feito o Gol, o inédito SUV compacto da Volks já tem nome que remete à tecnologia. Concebido, desenhado e desenvolvido no Brasil, o Tera ficará abaixo do Nivus e T-Cross e deles deve herdar muitos componentes. Chega para concorrer com Fiat Pulse, Hyundai Creta e Renault Kardian e futuros novatos, como Nissan Kicks e o Chevrolet Tracker que será reestilizado. As apostas são de que o Tera deverá vir equipado com opção de motor 1.0 turboflex de até 116 cv, do Polo, e também o 1.0 turbo de até 128 cv.
Toyota Yaris Cross: o tão aguardado SUV compacto da Toyota deve ser lançado em maio ou junho, após um atraso em seu cronograma. Com produção em Sorocaba, SP, o Yaris Cross deverá vir equipado com o motor 1.5 que já equipava a dupla Yaris com atualizações para atender às novas normas de emissões e também uma opção 1.5 16V flex de ciclo Atkinson que será combinado a outro elétrico em um sistema híbrido convencional (não requer tomada). Terá um bom pacote de itens de segurança e sistema multimídia de 10 polegadas com conexão sem fio. O porta-malas promete ser o maior da categoria. A expectativa de concessionários é de que custará entre R$ 130 e R$ 160 mil. O Yaris Cross vai concorrer com o VW Tera e também Nissan Kicks, Honda HR-V e Hyundai Creta, entre outros.
Volkswagen Nivus GTS: já anunciado pela Volks, trata-se de mais uma versão do SUV-cupê em sua opção topo de linha. Ele deve vir equipado com o motor 250 TSI 1.4 turboflex de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, ligado ao câmbio automático de seis marchas. Um salto e tanto, já que o Nivus hoje só está disponível com o motor turboflex de até 128 cv. Além disso, vai exibir visual mais esportivo com frisos vermelhos, grande entrada de ar frontal no formato colmeia, saias laterais e logotipos GTS, além de rodas de 18 polegadas. Por dentro, bancos de couro com costuras duplas vermelhas e peças imitando fibra de carbono. O modelo também receberá novos ajustes em direção e suspensão. Preço deve passar dos R$ 170 mil e sua chegada ocorre até março.
Nissan Kicks: mais um SUV compacto para brigar nesse segmento, a nova geração do Kicks será produzida em Resende (RJ), a partir de março, mas seu visual não é segredo: trata-se do mesmo modelo produzido no México desde meados do ano passado. Mais robusto e sofisticado, o novo Kicks tem grade que integra as luzes diurnas e faróis afilados. Atrás, as lanternas verticais são interligadas por uma barra e no total está 6 cm maior que o antecessor. O espaço interno também cresceu 4 cm na distância entreeixos. Outra novidade estará sob seu capô: a Nissan vai fornecer o novo motor 1.0 turbo, também produzido em Resende, mas nesse primeiro momento não haverá opção híbrida. A marca promete ser um modelo mais requintado e tecnológico e também mais seguro. A estratégia será manter o atual Kicks à venda (até porque faz sucesso) e colocar o novo para brigar com os principais players do mercado e assim agregar em volume.
Honda WR-V: ele já existiu no mercado e saiu de linha em 2022. Mas esqueça o modelo que mais parecia um Fit que tomou fermento. O novo WR-V será o novo SUV compacto da Honda, produzido em Itirapina (SP), provavelmente no início do segundo semestre. O modelo deve seguir o visual próximo do que é vendido no mercado asiático (em outros mercados é chamado de Elevate) e ficará posicionado abaixo do HR-V. Espaço interno e bom porta-malas serão seus diferenciais, além de um bom pacote de segurança. Em um primeiro momento deve receber o motor aspirado da linha City, 1.5 de até 126 cv de potência, mas a Honda já informou que trabalha em uma unidade híbrida que nesse modelo deve ser implantada depois.
Chevrolet Tracker: o SUV compacto feito em São Caetano do Sul (SP) e um dos mais vendidos no mercado receberá uma necessária atualização. O facelift vai deixar o SUV compacto com frente mais moderna e esportiva. Atrás, deve receber apenas novas lanternas. As renovações do interior seguem elementos vistos em S10 e Spin, integrando painel de instrumentos e multimídia. Os motores que já receberam atualização para a linha 2025 serão mantidos: 1.0 até 121 cv e 1.2 turboflex que acabam de ganhar injeção direta com adição de potência e torque e melhorias no consumo. Uma opção híbrida-leve flex também pode acontecer em seu lançamento, esperado para o primeiro semestre.
BMW X3: A quarta geração do SUV desembarca no Brasil por volta de março com novo motor híbrido-leve, utilizando sistema elétrico de 48V. O motor a gasolina poderá ser o 2.0 turbo com potência combinada de 208 cv, mas há uma opção de seis cilindros 3.0 de 399 cv. Um pouco maior e mais largo que seu antecessor, exibe nova e ampla grade com desenhos diagonais e verticais, que pode ser iluminada. Os faróis contam com elementos geométricos em LED e as lanternas também foram redesenhadas. Grande tela curva que integra os painéis, recursos com realidade aumentada e head-up display são seus destaques na sofisticada cabine.
Volkswagen Taos: diante de uma indefinição do que pode acontecer com a planta argentina da Volks, que hoje produz o SUV e a picape Amarok, é quase certo que o novo Taos venha do México, onde já é produzido. No lugar do motor 1.4 turbo de 150 cv ele poderia vir com o 1.5 turbo de 176 cv e câmbio automático de 8 velocidades. O visual ficou mais moderno: a grade foi deslocada para baixo dos faróis, que ficaram mais finos e interligados por uma barra iluminada, o que o deixaram com mais personalidade. Esse mesmo recurso também foi utilizado na traseira. O interior mudou menos, pelo menos na versão mexicana.
Carros hatches e sedãs
Enquanto teremos uma enxurrada de novos SUVs, os carros hatches sobrevivem como modelos de entrada ou de nicho. Haverá também novidades de um sedã compacto e outro médio.
Mini Aceman: já anunciado pelo grupo BWM, a quem a marca Mini pertence, o Aceman deve substituir o Clubman. Trata-se de um hatch elétrico com apelo mais aventureiro em seus 4 metros de comprimento. O visual é de um Mini mais moderno e diferentão: faróis de LED em formato hexagonal, assinatura luminosa que pode assumir três diferentes modos e lanternas com elementos que lembram a bandeira da Grã-Bretanha. Por dentro ele é todo minimalista, exceto pela tela redonda do multimídia de 9,4” ao centro e a ausência de um quasro de instrumentos. Produzido na China, a Mini não detalhou qual versão do motor elétrico trará para o Brasil, enquanto lá fora ele tem opções de 184 cv ou 218 cv, com bateria que variam de 42,5 a 54,2 kWh.
Volkswagen Golf: o entusiasmo deve ser maior que seu volume de vendas, mas o hatch esportivo já foi confirmado para retornar ao Brasil. Fora de nosso mercado desde 2019, o Golf voltará em versão de gala, ou melhor, esportiva, a GTI, um segmento de nicho, mas não tão à beira da extinção. Sua produção será transferida da Alemanha para o México, o que foi determinante para seu retorno ao Brasil. O desenho conta com faróis finos interligados por uma fina faixa iluminada e ampla grade em formato colmeia com luzes diurnas em suas extremidades abaixo do para-choque. As lanternas ficam mais altas na traseira, próximas à janela. As rodas são de 18 polegadas. O motor é o 2.0 turbo a gasolina de 265 cv. Um esportivo de nicho e preço que deve ultrapassar a casa dos R$ 400 mil. Será para poucos.
Chevrolet Onix e Onix Plus (sedã): o compacto que já foi líder vem sobrevivendo bem no mercado, mas após quase 6 anos precisa de uma renovação. E ela virá com a pompas dos 100 anos da marca. O visual frontal deve ser uma das maiores mudanças com novos formatos de faróis, grade e para-choques. O interior vai ganhar elementos digitais nos painéis e melhores revestimentos, além de um multimídia maior e mais moderno. Sob o capô a principal novidade deve ser o ganho da injeção direta no motor turboflex 1.0, que elevarão potência e torque e o deixarão mais econômico. As mesmas mudanças serão aplicadas ao Onix Plus (sedã).
Volkswagen Jetta: a renovação do sedã médio já foi anunciada oficialmente pela Volks. O facelift é mais marcante na parte frontal, com novos faróis, que ficaram mais finos e interligados por uma régua iluminada, a grade do tipo colmeia abaixo do para-choque e frisos vermelhos contornando as entradas de ar. Uma barra horizontal interliga as lanternas que receberam novos elementos de led na traseira. Importado do México na versão GLi, lá o sedã tem motor 2.0 turbo de 233 cv, mas ficaria bem mais caro que o atual 1.4 turbo de 150 cv, o mais provável a desembarcar aqui.
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