Por volta das 12 horas, horário local em Tel Aviv, uma van encostou na porta do local onde prefeitos brasileiros, vice-prefeitos e secretários municipais estavam para uma missão oficial quando Israel atacou o Irã, que revidou.
O horário foi escolhido por ser o de menor risco para a travessia. O veículo também foi selecionado com cuidado: uma van pequena, que não chamasse tanta atenção.
Guerra Irã x Israel: prefeitos brasileiros deixam Israel pela fronteira com a Jordânia
Nem todos os brasileiros que estavam no bunker aceitaram o resgate.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), disse à coluna que “cada um tomou sua própria decisão” e que “seis secretários optaram por não sair do bunker por considerarem a fuga insegura”. Os que decidiram embarcar tiveram que assumir o risco para o governo de Israel.
“Há uma escala dos combates e não tinha mais porque ficar esperando. É uma situação muito difícil não só para quem estava lá, mas para nossas famílias no Brasil”, afirmou.
A coluna conversou com o prefeito por áudio utilizando o WhatsApp. Apesar do bombardeio, a rede de comunicação permaneceu intacta. Os prefeitos eram alertados, inclusive, por um aplicativo de celular quando havia risco de bombardeio e precisavam correr para o refúgio. O aplicativo informava com antecedência que a sirene iria tocar.
No caminho para a Jordânia, narrou o prefeito, não houve intercorrências. Toda a fuga foi planejada pelos governos de Israel, Jordânia e Brasil. Há gestores do Paraguai e Uruguai no local também, mas seus países ainda não os resgataram.
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Na Jordânia, o grupo foi recebido pela embaixada do Brasil. O espaço aéreo no país, contudo, está fechado. De lá, o grupo segue, neste momento, para a Arábia Saudita, que oferece mais opções de voo de retorno ao Brasil.
“Foram dias de muita tensão. Queremos voltar o mais rápido possível para o Brasil”, disse Lucena. A viagem de carro dura cerca de quatro horas.