O Ibovespa já havia começado a segunda-feira (16) em tom positivo, embalado por dados da economia chinesa, mas sinais de que o conflito entre Israel e Irã não deve escalar dão um impulso extra aos mercados de ações tanto aqui como lá fora.
Depois que Israel realizou o maior ataque contra o Irã desde a guerra entre os dois países, na década de 1980, e fez o petróleo disparar mais de 10%, um possível cessar-fogo entrou no radar dos investidores.
Segundo o The Wall Street Journal, Teerã tem sinalizado que busca o fim das hostilidades e a retomada com urgência das negociações sobre seu programa nuclear.
Para isso, no entanto, o país exige que os Estados Unidos não se juntem aos ataques israelenses — mais cedo, o presidente norte-americano, Donald Trump, reforçou o apoio a Israel.
A possibilidade de uma redução das tensões no Oriente Médio impacta nos preços do petróleo, que chegaram a cair mais de 4% nesta segunda-feira (16).
Por volta das 15h05, os contratos futuros do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, operavam em queda de 1,74%, a US$ 72,94 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres.
Já os contratos do petróleo West Texas Intermediate (WTI) para agosto caíam 1,89%, a US$ 71,60, em New York Mercantile Exchange (Nymex).
No mesmo horário, o Ibovespa subia 1,82%, aos 139.713,22 pontos, enquanto o dólar recuava 0,77%, a R$ 5,4993. Lá fora, o Dow Jones avançava 0,80%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq tinham alta de 0,93% e1,46%, respectivamente.
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Um impulso para o Ibovespa: o recuo do Irã
Ainda segundo o The Wall Street Journal, o Irã também teria pedido ao Catar, à Arábia Saudita e Omã que pressionem Trump a usar sua influência sobre Israel para costurar um cessar-fogo imediato.
Em troca, Teerã oferece a flexibilidade nas negociações nucleares, disseram duas fontes iranianas e três fontes regionais à Reuters.
Durante uma coletiva de imprensa, Trump confirmou que há sinais de que o Irã quer conversar sobre uma desescalada do conflito com Israel.
“O Irã não está vencendo essa guerra. Eles precisam negociar o mais rápido possível antes que seja tarde demais”, disse o presidente dos EUA sem dar mais detalhes.
Os EUA entre Irã e Israel
No último domingo (15), Trump afirmou à ABC News que os Estados Unidos poderiam se envolver no conflito entre Israel e Irã.
Na ocasião, o presidente norte-americano disse que seu país não estava envolvido ainda, mas que seria possível uma participação no futuro.
Vale lembrar que o governo norte-americano havia enviado um ultimato com validade de dois meses para que o Irã firmasse um acordo nuclear, segundo a CNN internacional.
Trump teria instruído o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que adiasse o ataque contra Teerã para permitir o avanço das negociações.
Apesar das demonstrações públicas de uma tentativa diplomática para resolver o impasse, Israel já havia revelado ao governo norte-americano a intenção de realizar um ataque, ainda segundo a mídia internacional.
Um dia após o fim do prazo estabelecido pelos Estados Unidos, Israel mobilizou uma ofensiva sem precedentes ao Irã, que teve como alvo as instalações nucleares do país.
O governo iraniano afirmou que vários comandantes militares foram mortos no ataque, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante das Forças Armadas do país, Mohammad Bagheri.
O governo de Netanyahu alega que o Irã acumulou grandes quantidades de urânio enriquecido para fabricar nove bombas nucleares, e que um terço desse urânio foi enriquecido nos últimos três meses.
Já nesta segunda-feira (16), Trump afirmou que o Irã está tentando negociar, “mas deveria ter feito isso antes”. “Eu dei 60 dias, e eles tinham 60 dias, e no 61º dia, eu disse: ‘Não temos um acordo’”, afirmou.
*Com informações do Money Times e da CNN News
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