A política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permanece de pé — ao menos por enquanto. A Corte de Apelações para o Circuito Federal dos EUA suspendeu, nesta quinta-feira (29), os efeitos de uma decisão tomada na véspera que anulava as tarifas impostas pelo presidente a produtos importados.
A suspensão é temporária e vale “até nova ordem”. Com isso, o governo ganha tempo para tentar reverter a sentença da Corte de Comércio Internacional, que considerou as tarifas ilegais e determinou sua revogação permanente.
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O caso envolve duas ações: uma movida por empresas importadoras e outra por estados como Nova York, Oregon e Illinois. Ambas questionam a legalidade das medidas adotadas por Trump. Em resposta, o Executivo acionou a instância superior pedindo mais tempo para analisar os documentos apresentados.
No mesmo despacho, os juízes determinaram a unificação dos dois processos em andamento. Assim, as ações passam a tramitar juntas.
A Corte definiu prazos. Os autores das ações têm até 5 de junho, próxima quinta-feira, para responder. O governo poderá apresentar réplica até o dia 9. A suspensão não anula a sentença anterior, mas congela seus efeitos enquanto os argumentos são analisados.
“A solicitação de suspensão administrativa imediata é concedida […] até nova ordem, enquanto esta Corte considera os documentos apresentados”, diz o texto da decisão.
O embate e os mercados
Antes de o jogo virar novamente a favor de Trump, a Casa Branca adotou um tom de confronto. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, a secretária de Imprensa, Karoline Leavitt, criticou duramente a decisão e os magistrados envolvidos.
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrentou um excesso judicial em tarifas”, afirmou. Ela também acusou os tribunais de abusarem de seus poderes.
“A justificativa de Trump é juridicamente sólida. Esses juízes estão minando a credibilidade dos EUA ao nível global, mas iremos vencer essa batalha na Corte, e a política comercial de Trump continuará”, disse.
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Enquanto isso, as bolsas de Nova York alternaram entre altas e quedas ao longo do dia, mas fecharam com ganhos, enquanto investidores digeriam os desdobramentos nas cortes, os resultados da Nvidia e dados econômicos dos Estados Unidos.
O Dow Jones subiu 0,28%, aos 42.215,73 pontos. O S&P 500 avançou 0,40%, aos 5.912,17 pontos. A Nasdaq teve alta de 0,39%, aos 19.175,87 pontos.
Trump, Fed e a economia norte-americana
Mais cedo, o Federal Reserve informou que o presidente da instituição, Jerome Powell, se reuniu com Trump em Washington. O encontro ocorreu sem discussões sobre política monetária.
Já Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, indicou, em uma entrevista coletiva, que cortes nos juros poderiam ser considerados caso o governo evite novas tarifas.
O dia também foi de dados importantes. O PIB dos EUA no primeiro trimestre contraiu menos que o esperado. O núcleo da inflação, medido pelo PCE, foi revisado para baixo.
Por outro lado, os pedidos de auxílio-desemprego subiram ao maior nível desde novembro de 2021. E as vendas pendentes de imóveis caíram acima do previsto.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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